A plataforma visa facilitar a comunicação entre surdos e ouvintes.

O objetivo do projeto IVLinG é “criar uma solução digital mais amigável e prática para a população surda”. O programa começou a ser desenvolvido no início deste ano por três investigadores da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC). O projeto tem assim a duração de dois anos e meio e é financiado pelo COMPETE.

Para Luís Romero, um dos investigadores do projeto, esta plataforma vai colmatar algumas falhas existentes nas soluções atuais. “Em termos de língua gestual não há muitas soluções disponíveis e as que existem são consideradas insuficientes, pouco amigáveis e pouco práticas, já que não consideram alguns aspetos como a expressão facial”, afirmou. “Vamos tentar fazer uma solução mais completa pretendendo-se que seja o mais realista possível”, prosseguiu.

De uma forma simples, através da utilização de câmaras de vídeo, um intérprete virtual de língua gestual portuguesa efetua, em tempo real, o reconhecimento automático de gestos e expressões por parte da pessoa com deficiência auditiva. Esta informação é, posteriormente, traduzida e recebida pelo ouvinte em formato áudio e/ou texto. Por sua vez, o ouvinte responde em linguagem natural através de áudio, sendo a resposta convertida em texto e novamente traduzida para língua gestual portuguesa, podendo ser visualizada através de um avatar.

Além do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, participam também nesta iniciativa o Centro de Computação da Universidade do Minho e a empresa First Solutions. Assim, “o IPVC vai fazer a tradução da linguagem natural para língua gestual, enquanto que o parceiro vai fazer a tradução de língua gestual para linguagem natural”, explicou Luís Romero. Acrescentou ainda que “depois do IPVC e da UMinho criarem a solução, o conceito e o protótipo, a empresa coloca no mercado”. Segundo os investigadores, já existem alguns resultados muito preliminares, mas em setembro o processo vai ser acelerado.

Além de Luís Romero, o projeto conta também com a participação do professor e investigador da ESTG Pedro Faria. Da lista de parcerias, fazem ainda parte a empresa Multisector, responsável pela gestão. O iniciativa conta ainda com a colaboração da Associação Portuguesa de Surdos (APF) e da Federação Portuguesa das Associações de Surdos (FPAS).