Comer, Orar, Amar foi lançado há cerca de quinze anos, em 2006. A autobiografia de Elizabeth Gilbert reflete o ano em que viajou por três países: Itália, Índia e Indonésia. A viagem foi motivada pela necessidade de se descobrir enquanto pessoa, após se aperceber que o rumo que a sua vida levava não era o que desejava. O livro surge-nos dividido em três partes, correspondentes aos países da viagem.

Na primeira parte da obra, somos apresentados ao cenário que motivou a viagem bem como à passagem de Gilbert por Itália. Neste período, Elizabeth libertou-se de pesos do passado, com a ajuda de todo o prazer que a língua e a comida italiana lhe conseguiram proporcionar.

DR

Na Índia, Elizabeth aprendeu a meditar e dedicou-se à devoção durante quatro meses. Permitiu explorar-se espiritualmente e foi nesse contexto que tomou consciência de que não tinha de mudar a sua personalidade ou como agia para se sentir mais realizada.

Por fim, em Bali, a autora cruzou-se com pessoas realmente importantes para o seu desenvolvimento pessoal. Também na Indonésia deixou-se apaixonar novamente, facto que evidencia o sucesso do objetivo da viagem.

Ao longo do livro é notável o desenvolvimento de Elizabeth. Aliás, é esta positiva evolução que cria empatia com o leitor. A pessoa à qual somos apresentados no início do livro não é a mesma de quem nos despedimos e, honestamente, ainda bem.

A forma como Elizabeth descreve esse ano da sua vida faz com que quem o leia esteja sempre completamente contextualizado. Sabemos o que a motivou a viajar, a razão pela qual cada país foi escolhido e de que maneira cada um deles a afetou. Apesar de por vezes se tornar uma leitura cansativa por apresentar tanta informação anexa à situação em causa, é evidente que ela precisa de estar lá para que a narrativa funcione. Caso contrário, o leitor podia sentir que faltavam explicações.

Como um todo, a autobiografia permite que nos tornemos parte deste ano de descoberta pessoal, bem como um espectador que assiste na esperança de que tudo se desenrole da melhor maneira possível. Em 2010, Comer, Orar, Amar foi adaptado aos ecrãs e protagonizado por Julia Roberts.