O mais recente meio de informação e entretenimento atrai vários ouvintes, nomeadamente os mais jovens.
Esta quinta-feira, dia 30 de setembro, comemora-se o Dia Mundial do Podcast. A data surgiu em 2013 nos Estados Unidos da América e procura promover este meio de transmissão de informação e entretenimento. Neste sentido, o ComUM esteve à conversa com estudantes da Universidade do Minho que têm podcasts.
João Henrique, aluno de Ciências da Comunicação, explicou que “Mais do mesmo” surgiu como um desafio proposto aos atuais colegas de curso e produção, Paulo Malheiro e Beatriz Cardoso. “Na altura eu desafiei o Paulo, porque costumávamos comentar o que se passava no mundo televisivo”, afirmou. Contudo, confessou que as dinâmicas de produção de conteúdo iniciais foram-se alterando, uma vez que ocupavam “muito tempo” e obrigavam a “estar sempre em cima do acontecimento”. Este obstáculo foi contornado com a adoção de um formato semanal.
O podcast “Mais do Mesmo” é, para Paulo Malheiro, uma “janela do público que vê televisão”. No projeto abordam temáticas da televisão portuguesa e também internacional, defendendo que “qualquer um tem opinião sobre qualquer coisa que acontece no mundo do audiovisual”. Todavia, os autores do procuram ir mais além, dando sugestões com o objetivo de “ajudar a melhorar o futuro audiovisual português”.
“OCENPSIEA Convida”, projeto gerido por Gonçalo Lopes, aluno de música e membro da banda bracarense OCENPSIEA, foi concebido com uma finalidade bem definida. “Além da nossa música, [queremos] acrescentar mais algum conteúdo ao nosso projeto e mostrar a nossa outra faceta, que não é só estar no palco”, esclareceu Gonçalo. O podcast tem apoio da Antena Minho, o que o estudante vê como uma conquista.
O podcast molda-se ao longo das gravações e dos convidados com quem fala. A variação estende-se também ao nível do tom, sendo que, de modo a evitar a monotonia, os episódios conciliam “momentos mais culturais, outros momentos mais informais, de forma a não ser excessivamente informativo”. Gonçalo Lopes assume ainda o projeto como “um agente cultural”, com a missão de “promover a cultura e a sociedade do nosso país, com o recurso à Antena Minho”.
“Treta de Irmãos… E um café”, como o nome indica, é produzido por dois irmãos, Inês e Fábio Silva. Na entrevista dada ao ComUM, ambos reconheceram que não houve um motivo em específico para criarem o podcast. “Começou literalmente do nada”, afirmaram . Deste mesmo modo, “Treta de Irmãos… E um café” não obedece a um guião em concreto, nem tão pouco define um tema base. No entanto, os dois irmãos têm por princípio evitar comentar temas fraturantes, pois consideram que “na Internet, um, “mas” mal dito pode ser mal interpretado”.
Todos os podcasters entrevistados pelo ComUM asseguraram não ter um público alvo definido, embora este acabe, inevitavelmente, por se afunilar. Fábio e Inês consideram que a sua grande vantagem, em relação a outras iniciativas, é o improviso. “Independentemente da área de ação do nosso convidado, a conversa pode não ter nada a ver com essa área”, afirmam. Assim, mais do que a definição de um público, interessa-lhes ter uma conversa descontraída.
Por sua vez, Gonçalo admitiu que quem mais o acompanha são jovens, mas que o podcast é para qualquer idade. “Toda a gente pode ouvir e nós escolhemos trazer não só informação, mas também bons momentos, para que se sintam bem a ouvir-nos”, declarou. Também João Araújo e Paulo Malheiro verificam ter mais ouvintes jovens. Na sua opinião, isto deve-se a este ser o público mais ativo nas plataformas de streaming. Contudo, revelaram que os novos conteúdos que estão a preparar vão conseguir alcançar mais pessoas.
Questionados sobre que conselhos dar a quem pretende entrar no mundo dos podcasts, os vários entrevistados acreditam que é preciso gostar-se do que se está a falar, para se manter o entusiasmo e para que seja possível passar-se a mensagem pretendida.
Artigo escrito por: Francisco Paiva e Maria Sá