No dia 26 de agosto, a artista lançou o seu primeiro álbum, “Moldura” que promete ao público um cenário de introspeção e regresso à infância.
Em conversa com o ComUM, a cantora mostrou o caminho percorrido e as vivências que a levaram a concluir este desafio musical. Com raízes em Vieira do Minho, Filipa Vaz Torres mergulha no mundo da música portuguesa e dá-nos a conhecer Moldura, o seu primeiro álbum.
O projeto é constituído por dez músicas originais e duas adaptações de músicas tradicionais, “Fiadouro” e “Sete Varas”. Está disponível nas plataformas de streaming desde o dia 26 de agosto. O álbum “canta” a natureza numa perspetiva pitoresca e doce.
Desde tenra idade que Filipa está envolvida na música. Aos dez anos já tinha aulas de piano. “A primeira vez que a minha mãe me ouviu cantar foi num concerto da escola de música que eu frequentava. Ficou toda emocionada!”, conta a artista. Na universidade, conjugar os estudos e a paixão foi mais difícil. No entanto, pequenos projetos como a Tun’Obebes – Tuna Feminina de Engenharia da Universidade do Minho e a participação numa banda com amigos, mantiveram a cantora ativa na música. “Nunca perdi o contacto com a música, ela esteve sempre lá!”
Quanto ao lançamento do álbum, Filipa confessa que o seu produtor, Daniel Pereira Cristo, a introduziu à ideia de um crowdfunding. A iniciativa consistia num contributo monetário por parte da audiência, em troca de uma lembrança feita pela própria artista. Juntando não só a música mas também a pintura e o desenho, a cantora criou pequenas motivações para oferecer ao público. “Dependendo da quantia que a pessoa contribuísse, recebia um CD, ou o CD mais o livro, ou o CD, o livro e uma pintura original. Uma forma de manter a iniciativa mais dinâmica! Tornar o álbum mais pessoal e “caseiro”!”
Cada música foi escrita durante o primeiro confinamento, que a cantora refere como uma “vantagem” em termos artísticos. Com o mundo parado, Filipa Vaz Torres dedicou-se à música e teve tempo de escrever o seu álbum. “Passear, ver as paisagens, estar em contacto com a Terra dos meus antepassados, relembrar situações já vividas e ouvir muita música ajudaram a encontrar o ponto de inspiração.”, refere. Cada música reflete uma sensação diferente, mas todas se centram em momentos da infância da artista. “É interessante pensar que o fator que permitiu que tudo isto fosse possível foi na verdade o tempo! O tempo para pensar e escrever cada música”, confessa.
Filipa Torres explica que o motivo da escolha da música “Moldura” como título do álbum foi o facto desta melhor se enquadrar consigo e com o projeto em si. “Espelha a minha essência e o que pretendo transmitir com a minha música!”, explica. A artista deixa também um apelo aos artistas, que sonham guardar um lugar no mundo da música, para nunca deixarem de acreditar. Defende que devemos “acreditar no poder da nossa mente, acreditar nas nossas ideias e naquilo que temos para dizer!”
O projeto teve Daniel Pereira Cristo como mentor e produtor, os amigos como músicos e fotógrafos, a irmã a tocar violoncelo e ainda a participação da Tun’Obebes. Desta forma, Filipa Torres nunca se sentiu sozinha durante todo o processo de dar a conhecer ao público o seu talento. “Ficou um projeto tão delicado, tão subtil e com muita emoção”, reflete.