A obra mais recente de Brit Bennett, A Outra Metade, foi lançada a 14 de julho em Portugal. A Outra Metade retrata a vida de Desiree e Stella Vignes, duas gémeas residentes em Mallard, uma terra tão pequena que nem consta no mapa. Apesar de serem idênticas de aparência, não podiam ser mais diferentes na personalidade, o que é agravado quando, aos dezasseis anos, fogem da pequena localidade até Nova Orleães.

Catorze anos após saírem de casa, Desiree volta a Mallard para casa da mãe, acompanhada pela filha, de forma a refugiar-se do marido. Assim, é neste contexto que surge Early, uma paixoneta do passado que foi contratado para a encontrar, tarefa que ignora após a ver. No entanto, falta Stella. Pouco depois do começo da estadia das gémeas em Nova Orleães, Stella desapareceu, deixando Desiree sem resposta para todas as suas perguntas.

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Avançando alguns anos, é só quando Jude, a filha de Desiree, vai para a universidade e conhece Kennedy que as vidas das duas gémeas se voltam a entrelaçar. Kennedy é a chave necessária para que se saiba do que aconteceu a Stella e quem ela é na atualidade. Aliás, atrevo-me a dizer que Jude e Kennedy têm um papel tão importante como o das gémeas.

Desta forma, é uma história cheia de personagens complexas, desde as principais às secundárias. Cada uma delas acaba por retratar uma situação diferente pelo que o enredo é extremamente rico. A Outra Metade coloca em cima da mesa assuntos deveras importantes e interessantes, tal como o racismo, violência doméstica, temáticas LGBTQIA+, entre outros.

Britt Bennett apresenta-nos assim um livro que nos cativa e agarra página após página. Seja pela complexidade das personagens como pelos detalhes da narrativa, a obra não desilude. O The New York Times já considerou A Outra Metade como «Um dos 10 melhores livros do ano».