Antártida – Da Sobrevivência ao Resgate estreou em 2006 e oferece, em tons maioritariamente brancos, uma representação do outro lado do mundo: o oceano de gelo. O drama, que nos presenteia com um misto de sensações, dá vida a uma grande obra cinematográfica que nos aquece o coração e o deixa aos sobressaltos.

Conhecedor da imprevisibilidade do terreno a operar, Jerry Shepherd (Paul Walker) é escolhido para acompanhar o geólogo David numa expedição científica. Devido às graves condições meteorológicas da região e a um acidente devastador, o grupo é obrigado a abandonar o posto na Antártida e em conjunto a sua equipa de cães. Perante este cenário que se repetiu ao longo de meio ano, os cachorros enfrentam sozinhos o duro inverno antártico, sem qualquer tipo de abrigo ou ajuda. Entretanto, Shepherd faz todos os possíveis para os resgatar e não descansa até os ter de novo em seus braços.

Parecendo à primeira vista um filme que pouca história tem para tanto tempo de ecrã, há algo que suscita em nós um súbito interesse. Para além de conter das cinematografias e imagens ao ar livre mais estonteantes de todas as obras de Hollywood, figura-se-lhe a pulcritude dos cenários. Montanhas cobertas em gelo, perigosos icebergs, horizontes azuis e gelados. Ademais, somos ainda confrontados com uma lindíssima aurora boreal e com a presença de animais que nos cortam a respiração de tão belos que são, como os Huskies Siberianos, os Malamutes do Alasca e os pinguins.

No entanto, tenho que referir que a atuação foi boa, mas poderia ter sido melhor. Paul Walker conseguiu passar a ideia de que era um amante nato da fauna e transpõe, de certo modo, esse sentimento para o espetador. Jason Biggs é aquela personagem cómica que alivia os ânimos em momentos de tensão, com expressões faciais muito características que transmitem uma onda contagiosa e intensa de felicidade. Contudo, os protagonistas de Antártida – Da Sobrevivência ao Resgate foram os cachorros que tiveram uma performance maravilhosa, à custa de muito pré-treino. A forma como interagem entre si é impressionante e apaixonante, e faz com que entremos em sintonia com eles.

Realço ainda o papel que o homem desempenha ao ser uma mera lasca num vasco trilho de gelo, quando comparado com as obras paisagísticas e com as criaturas magnificas existentes na natureza. Temos aqui uma bela história em que oito cães se defendem, trabalham em equipa, cuidando uns dos outros e, acima de tudo, que se amam. Estes seres são sim o exemplo a ser seguido por nós humanos. Com uma premissa bastante notória, é impossível haver quem diga que os animais não têm sentimentos, e este filme é a prova, pois eles são a criação mais pura e genuína de Deus.