O bastonário da Ordem dos Médicos mostrou-se solidário com os profissionais.

Esta segunda-feira, uma dezena de chefes de equipa de Urgência do Hospital de Braga demitiu-se, alegando a falta de condições de trabalho e o “desinvestimento” no SNS. O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, manifestou a sua solidariedade para com os profissionais e apelou à intervenção do Ministério da Saúde.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) deu a conhecer a decisão final dos médicos em causa. A administração do hospital afirmou que o Serviço de Urgência “mantém o normal funcionamento”, acrescentando que ainda está “em diálogo” com os chefes de equipa demissionários a fim de chegar a “um consenso célere entre todos os intervenientes”.

Em comunicado, o bastonário anunciou que a OM  vai fazer uma visita ao Hospital de Braga “para se inteirar melhor das várias situações que levaram a esta decisão”. Desta forma, considera que foi uma “decisão corajosa dos chefes de equipa que merece toda a nossa solidariedade.”  “As suas reivindicações são justas e é urgente reverter a espiral negativa que se tem registado neste hospital, mas também em várias unidades do Serviço Nacional de Saúde, com impacto na qualidade da medicina e na segurança dos doentes”, acrescentou Miguel Guimarães.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, manifestou igualmente solidariedade para com os demissionários, enfatizando que este é mais um “grito de alerta” para a “escassez” de profissionais e de meios “um pouco por todos os hospitais públicos do país”. Para Jorge Roque da Cunha, “é fundamental atrair profissionais, não apenas através da correta remuneração, mas também oferecendo condições de trabalho e de progressão e diferenciação profissional”.

A exigência final do sindicato vai ser entregue à ministra da Saúde, à qual pede que “receba os sindicatos e negoceie uma grelha salarial”, uma vez que “o Governo se comprometeu por escrito a fazer, há oito anos”.