Dia 1 de Outubro celebramos o Dia Internacional da Música. Independentemente do gosto de cada um, existem álbuns que, sem dúvida, marcaram para sempre o panorama musical. Seja por mensagens pouco convencionais à data, misturas de estilos vanguardistas ou recordes de vendas esmagadores, o ComUM selecionou dez álbuns cujo impacto ainda se faz sentir.
Abbey Road, The Beatles (1969)- Apesar deste álbum ter sido o penúltimo a ser lançado pela famosa banda, foi o último a ser gravado. Posto isto, este viria a ser o último projeto dos Beatles enquanto banda. Entre sucessos como “Here Comes the Sun”, o público não previra o aproximar do fim. Foi em Abbey Road que George Harrison se afirmou como principal compositor, acompanhado das novas tecnologias que começavam a surgir no mundo da música. O seu impacto é tão inquestionável que chega a pertencer à lista dos 200 Definitive da Rock and Roll Hall of Fame.
The Dark Side of the Moon, Pink Floyd (1973)- Este longa-duração exige que fechemos os olhos e nos deixemos submergir. É composto por inúmeras camadas e, quanto mais atenção se presta aos detalhes, mais tesouros escondidos encontramos. Repleto de texturas, serve-se de elementos que à partida não são tidos como musicais. Passos de alguém a correr, relógios em tumulto ou até caixas registadoras ritmadas são exemplos de como a banda enriquece a composição e com ela faz despertar todos os sentidos, dotando-a de uma grandiosidade que vai muito além da emoção que a arte, já por si, providencia. Por isto, e por uma infinidade de outras músicas e razões, os Pink Floyd são mestres e, também, uma das bandas de prog rock mais conhecidas e influentes de todos os tempos.
Back in Black, AC/DC (1980)- Mais de 40 anos depois, Back in Black continua a ser o álbum de rock mais vendido de todos os tempos e um dos mais vendidos em todos os géneros. “Highway to Hell” projetou-os para o sucesso, mas a morte precoce e trágica do vocalista Bon Scott, não fazia prever um futuro risonho para os AC/DC. Contra todas as expectativas, este magnífico conjunto de dez músicas, ainda hoje ecoa nos nossos ouvidos e continua a fazer-se sentir no panorama musical.
Thriller, Michael Jackson (1982)- O sexto álbum de estúdio do rei do pop tinha como objetivo que todas as músicas fossem um êxito (“every song was a killer”) e cumpriu. Foi neste projeto que MJ se desviou do disco e se aventurou pelo rock, funk, R&B e pelo género que o enalteceu, o pop. Explorando temas mais soturnos, como na música que dá nome ao álbum, e oferecendo-nos outros mais funky como “Beat It”, este álbum permaneceu 37 semanas em número um nas tabelas Billboard. Estima-se que já terão sido vendidas cerca de 60 milhões de cópias e, apesar dos seus quase 40 anos, o número teima em não estancar.
Anjo da Guarda, António Variações (1983)- O artista português, por mais icónico que nos soe, durante a sua vida compôs apenas dois álbuns de estúdio. Entre sons mais alternativos e alegres, nada comuns à época, Variações tece críticas sociais e fala de coisas que aprendeu ao longo da vida. Este projeto foi um enorme marco no panorama musical português, alicerçando estilos como o pop e o rock a algumas expressões vocais roubadas ao fado. Ao longo dos tempos foram prestadas várias homenagens e feitos vários covers por artistas nacionais como, por exemplo, as Amarguinhas, Delfins, André Sardet, Linda Martini, entre outros.
All Eyez on Me, Tupac (1996)- All Eyez on Me foi o quarto e último álbum de Tupac, um dos rappers mais influentes no mundo da música. Antes da sua morte trágica, o artista multifacetado juntou uma artilharia de produtores e features de renome e estabeleceu o seu lugar na ribalta. Com um massivo duplo álbum, Tupac celebra, sem remorsos, a vida de gangster, ao mesmo tempo que integra a sua escrita de ativista político. Os seus sentimentos sobre a prisão, a sua raça e a América englobam quase todos os seus versos. Este misto de caos, paranoia, sexo, nostalgia e excentricidade é entrelaçado com o estilo único de 2Pac. All Eyez on Me, continua, assim, 25 anos depois, como um dos álbuns mais marcantes da história.
…Baby One More Time, Britney Spears (1999)- O álbum de estreia de Britney Spears explora, quase exclusivamente, o pop. Contudo, nos anos 2000 era muito raro entrar numa discoteca ou bar e não ouvir o hit com o mesmo nome do álbum. Aliás, a artista tornou-se, durante vários anos, a grande referência de estilo e de sonoridade teen pop. Passados mais de 20 anos, este projeto da artista (que tem andado nas bocas do mundo no último ano) continua relevante, influenciador e perpetuado na ponta da língua de uma geração inteira.
O Monstro Precisa de Amigos, Ornatos Violeta (1999)- O segundo álbum desta banda portuguesa acabou por ser, também, o seu último. Para nós que gritamos de pulmões cheios músicas como “Chaga” e “Ouvi Dizer”, custa-nos acreditar que a carreira dos Ornatos foi tão curta. A voz inconfundível de Manel Cruz, a estética do monstrinho peculiar e as participações especiais inesquecíveis (como Vítor Espadinha) fizeram que, em 2009, este álbum de rock alternativo fosse considerado o melhor dos últimos 15 anos pelos ouvintes da Antena 3.
1989, Taylor Swift (2014)- O nome do quinto álbum de estúdio da cantora americana remete para a sua data de nascimento. Fortemente influenciada pelo estilo country, aqui abandonou essas raízes e dedicou-se somente ao pop. Esta mudança de percurso explicada pelo seu amadurecimento, fez com que Taylor Swift se tornasse a primeira mulher a ganhar duas vezes o Grammy de Melhor Album do Ano. Aliás, ganhou-o duas vezes e com dois géneros diferentes, um com o country e outro com o pop.
Lemonade, Beyoncé (2016)- A “celebridade das celebridades” já tinha uma carreira bastante estabelecida antes de Lemonade. No entanto, este sexto álbum permitiu que uma infinidade de estilos fosse explorada. Pop, hip-hop, reggae, soul, gospel, são só algumas das influências sentidas neste projeto que levou à tour mais bem sucedida de um artista a solo. Indicado a 9 Grammy no mesmo ano em que foi considerado o sexto maior álbum de todos os tempos feito por uma mulher, Lemonade continua a ser considerado um obra-prima.
Artigo por: Afonso Marques, Carina Fernandes e Leonor Alhinho