Um dos pilares do jornalismo é a promoção de uma sociedade mais informada e justa.
Esta quarta-feira, dia 27 de outubro, celebra-se o Dia Mundial dos Jornalistas pela Paz, que se evidencia como uma reflexão sobre o jornalismo em si. A prioridade do jornalista é garantir a partilha de informação de forma objetiva, sem influências externas. Em simultâneo, a principal motivação caracteriza-se por preservar o interesse público, procurar a verdade e solidificar comunidades.
Com a evolução tecnológica e o desânimo no jornalismo, o serviço informativo é esquecido, desvalorizando aqueles que lutam contra um sistema político, económico e social, em decadência. Segundo o diretor do Público, Manuel Carvalho, “a pressão das redes sociais, as tentativas de grupos organizados de interesses em promover a desinformação ou a concorrência das grandes plataformas digitais minaram as bases de sustentação do jornalismo”.
Apesar da comunicação social ser alvo de críticas, salienta-se o papel fundamental da mesma, uma vez que desvenda a realidade e consciencializa o mundo dele próprio. “Um país que lê jornais é um país mais forte, mais próspero e mais democrático. É para esse modelo que todos queremos caminhar”, acrescenta o diretor no seu artigo de opinião.
Atualmente, em diversos países, existem jornalistas focados em comunicar globalmente os problemas de várias zonas de guerra ou instabilidade. A crise humanitária no Haiti, a violação dos direitos humanos no Sudão e a instabilidade no Afeganistão são exemplos de missões reais que retratam a necessidade da exposição das dificuldades dos cidadãos. Assim, o dever jornalístico é investigar e esclarecer a população, tentando incentivar a paz e a ajuda comunitária.
O editor-chefe do jornal russo Novaya Gazeta, Dmitry Muratov, foi um dos vencedores do Prémio Nobel da Paz de 2021, juntamente com a jornalista filipina, Maria Ressa. Ambos foram premiados pelo empenho na luta a favor da liberdade de expressão e na dedicação pelo alcance da democracia. Numa geração onde o jornalismo sofre uma crise profissional, os dois galardoados destacam a preocupação pela união duradoura que ultrapassa as condições adversas.
Segundo a Federação Internacional de Jornalistas, desde janeiro foram mortos 42 profissionais e 235 encontram-se presos. O México lidera a lista de país com mais mortes, seguido pelo Afeganistão e Paquistão.