A cultura cinematográfica francesa chega às salas de cinema portuguesas.

Durante o mês de outubro, 57 filmes franceses vão correr nove cidades portuguesas, incluindo as salas de cinema de Braga, em parceria com os Cinemas NOS. De 21 a 24 de outubro os cinéfilos bracarenses abraçam a Festa do Cinema Francês. Com foco na obra da realizadora e atriz Mia Hansen-Løve, o programa conta com filmes para todos os gostos e idades.

Este ano inauguram-se as categorias de Cinema Fantástico e Segunda Chance. Para oferecer uma oportunidade aos cineastas de adentrarem os grandes ecrãs, dá-se uma “segunda chance” aos filmes lançados durante a pandemia. A programação ronda os 60 filmes e “inclui comédia; drama; romance; biopic, fantasia; e ainda filmes particularmente dirigidos para o público jovem”, adianta a organização do evento.

Esta edição do festival centra-se numa jovem realizadora e atriz com vários filmes na bagagem. “Desde o ano passado que queremos dar foco e palavra às mulheres”, daí o eixo na obra de Mia Hansen-Love, explica Katia Adler, diretora do festival, em declarações ao ComUM. Hansen-Love passou por Cannes este ano com A Ilha de Bergman (2021), um dos quatro filmes da autora em exibição no festival.

A missão do festival é a “formação de público”. Assim, oferecer aos espectadores uma variedade que não se centre apenas em filmes de Hollywood ou comerciais é a grande aposta do evento. Para a organização, a diversidade cinematográfica promove-se nas salas de cinema, com programação destinada a públicos jovens, e também nas salas de aula. Exemplo disso é o dossier Cinelíngua Francês, que “permite aos professores falar nas escolas dos filmes que viram na Festa”, sendo também uma “maneira de dar aos mais novos uma outra visão do cinema”.

A ascensão dos serviços de streaming é também um aspeto de peso nas audiências do cinema. No entanto, para a diretora, “nada substitui uma sala de cinema”. “Apesar de as pessoas estarem a ver mais e mais filmes com as plataformas digitais, ir ao cinema é uma saída, é um momento em que estás a sós com o ecrã e a história do filme”, explica. “Isso não vai acabar e é fundamental que continue – e os festivais do mundo inteiro têm essa vocação”.

As antestreias contribuem também para a magia dos grandes-ecrãs. “São filmes que ninguém viu e as pessoas têm curiosidade de os ver em primeira mão”, afirma. Este ano, há 19 obras em exibição pela primeira vez, da autoria de realizadores como Emmanuel Courcol, Emmanuel Mouret, Albert Dupontel, Romain Duris, Martin Bourboulon ou Fanny Liatard e Jérémy Trouilh.

“O fator principal” no cinema francês “é a diversidade”, reitera a diretora do festival. A produção anual ronda os 300 filmes por ano, resultado do financiamento por parte do governo aos cineastas emergentes. “Seja uma curta ou longa-metragem, existe um engajamento do lado francês no que toca a apoiar o cinema de maneira geral”, avança. “Esse apoio é muito importante para quem começa a fazer cinema”

A Festa do Cinema Francês é “um momento de tranquilidade e curiosidade”. “Vamos dividir com o público todo o trabalho que fizemos nestes últimos seis meses, e aguardamo-lo ansiosamente na sala de cinema”, remata.

“De 7 a 31 de outubro, o cinema francês volta à estrada”, promete a organização no website. Os bilhetes estão à venda nos Cinemas NOS. O programa de Braga arranca já esta quinta-feira, às 19h00.