O disco produzido por Hélder Costa é uma homenagem ao pai, a Zeca Afonso e a Paco de Lucía.
O guitarrista Manuel de Oliveira apresentou o mais recente álbum “Entre-Lugar” (2021), este sábado, na sala principal do Theatro Circo. O projeto é uma viagem musical em trio com Sandra Martins, no violoncelo e João Frade, no acordeão. A violoncelista não pode comparecer, tendo sido substituída pelo músico Carlos Toni Gomes. Aos três artistas em palco juntou-se o fadista Marco Rodrigues.
“Entre-Lugar” é um disco de homenagem ao pai de Manuel de Oliveira, Aprígio Oliveira, mas também a dois compositores que admira: José Afonso (Zeca Afonso) e Paco de LucÍa. Ao longo do concerto, contou histórias e dedicou músicas a estes artistas. A “Sopro”, com letra de Edmundo e interpretação de Marco Rodrigues, foi tocada em memória o pai. Já a versão da canção “Venham mais cinco” foi dedicada a Zeca Afonso.
A viola braguesa desempenha um papel de destaque neste álbum, moldando a identidade sonora de “Entre-Lugar”. O novo disco distancia-se de “Ibéria” (2002) por ser vincadamente multicultural: cruza a música africana com o fado, o flamengo com o tango, acrescentando-lhe outras cores e sonoridades. Manuel de Oliveira descreveu o “Entre-Lugar” como um espaço de união. “A música não é minha, é um lugar onde as nossas individualidades se esbatem”, afirmou.