O concerto tem entrada gratuita e acontece a 4 de dezembro, às 21h00, em Famalicão.
Dez jovens, dos 13 e os 19 anos, das urbanizações sociais de Calendário e Fradelos atuam no Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave. O evento resulta do projeto musical “Centro de Cultura Digital”, desenvolvido pelo músico e produtor Franklin Soares Monteiro (Frankão).
O projeto tem o propósito de “ensinar os jovens a trabalhar beats para hip-hop e para funk da favela”, assim como trabalhar o processo até à música, desde “equalização, mixagem e masterização”, refere Frankão. “Eu mostro os elementos e depois eles tomam as decisões, são autónomos”, realça o produtor. Os jovens “fazem a música que querem fazer e isso dá mais significado ao que é feito”, acrescenta.
Nas oficinas de capacitação musical participaram 20 adolescentes, de junho a novembro. Através do Centro de Cultura Digital, os aprendizes contactaram com bases de construção rítmicas, manuseio de instrumentos de criação musical digital, produção e gravação musical, entre outros.
Vânia, de 17 anos, participante da iniciativa revela que, no início, não se sentia “muito confortável, até porque não entendia nada do assunto”, mas agora está a “gostar bastante” e sente que “está a ser muito interessante”. Isac, de 13 anos, está muito satisfeito com a experiência, diz: “gosto muito do que estou a fazer, sinto que tenho espaço para criar e trazer algo de novo”.
Frankão, em parceria com o Município de Famalicão, coordena iniciativas de inclusão social pela cultura, como o “Favela 31”, constituído por jovens de etnia cigana, e o “2-noventa”, com jovens do Bairro das Lameiras. A par disto, o produtor está envolvido em projetos de música eletrónica – o seu alter-ego, “O Gringo Sou EU”, e os projetos coletivos “HHY & The Macumbas” e “Terror Sound System”.
O “Centro de Cultura Digital” insere-se na ação “Há Cultura | Cultura para Todos”, promovida pelo Município de Vila Nova de Famalicão e cofinanciada pelo “Norte 2020”, através do Fundo Social Europeu.