Vários talentos nacionais e internacionais passaram pelos três palcos vimaranenses.

Iniciou-se na tarde de sábado, 6 de novembro, o segundo e último dia da 8ª edição do Mucho Flow, em Guimarães. O festival promovido pela editora Revolve trouxe à cidade berço artistas e público de diversos países.

O segundo dia de Mucho Flow começou com o concerto a solo de Ricardo Martins, que tinha já atuado no dia anterior como integrante dos Chão Maior. As transições quase impercetíveis entre diferentes ritmos e músicas só permitiram que o público aplaudisse ao fim de cerca de 30 minutos de espetáculo na Blackbox do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG).

Quem se seguiu foi Anna B Savage. A cantora londrina trouxe de casa o tom cinzento das letras, carregadas de tristeza e dúvida, abordando questões como finais de relações e saúde mental. Entre músicas, no entanto, a artista deixava breves piadas e promessas de que a próxima música seria mais alegre – era mentira. Acompanhada apenas pela sua guitarra, cumpriu finalmente a promessa, mas esclareceu que a canção só era feliz por não ser dela – tocou então um cover de “Into You”, de Ariana Grande.

Depois do jantar, os primeiros a pisar o palco do Centro Cultural de Vila Flor foram os Fura Olhos. A dupla constituída pelo experiente Miguel Pedro, fundador dos Mão Morta, e pela emergente Inês Malheiro deu espetáculo durante quase 40 minutos a um público que não se importaria de ver mais 40. Os vocais da jovem bracarense, por vezes cantados em português, outras vezes de forma abstrata, encaixavam de forma quase celestial sobre as faixas maioritariamente eletrónicas do álbum 115 Mitos.

Pouco depois, subiu ao palco o italiano Lorenzo Senni, que se viu perante uma plateia muito bem composta. A música cheia de energia saía-lhe do corpo enquanto dançava, saltava e pontapeava o ar, mas o público não o deixou sozinho e rapidamente igualou a energia do artista. No fundo, lia-se que as nove faixas “altamente mosháveis” mostravam uma “atitude de procura” e uma qualidade mais humana do que tem sido moda.

Já de madrugada, atuaram no São Mamede CAE os britânicos Giant Swan. A alta energia eletrónica com um baixo estremecedor que bombeava das colunas, aliada à característica performance em tronco nu, certamente despertou os poucos que já bocejavam entre o público. Pouco depois das duas da manhã, foi a vez de Lee Gamble tomar conta da mesa de mistura. O DJ tomou o lugar de Slikback no alinhamento, que teve de cancelar o concerto inesperadamente.

Quem fechou o festival foi o português DJ Lynce, alter ego de Pedro Santos, conhecido pela peculiaridade de sons que mistura. A miscelânea de vários estilos, ritmos e épocas musicais, criada com mestria, pôs toda a gente na sala a dançar e ajudou a esquecer que seria a última atuação desta edição do Mucho Flow.