A lista B encontra-se em campanha com o mote "Baseado na Vossa Voz".
As eleições para os órgãos sociais da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) realizam-se no dia 7 de dezembro. David Ribeiro, estudante da licenciatura em Engenharia Industrial, encabeça a lista B, candidata à mesa da reunião geral de alunos. Em conversa com o ComUM, explica que um dos objetivos desta candidatura consiste em melhorar a comunicação entre a AAUM e os alunos, destacando-se das outras listas pela experiência que afirmam ter.
ComUM – O que motivou esta candidatura?
David Ribeiro – O nosso propósito é simples e concreto: melhorar a comunicação entre a Associação Académica da Universidade do Minho e os alunos. Entendemos que a mesa geral de alunos é o método ideal e mais eficaz e preparado para conseguirmos, realmente, colmatar essa comunicação. Identificamos a comunicação com os alunos e a diversidade de opiniões por parte dos alunos como um dos métodos prioritários de evolução para a associação académica e é também esse o nosso grande propósito, o nosso grande porquê: melhorar essa fonte e esse canal de comunicação.
ComUM – Vês esse como o principal objetivo da tua lista ou tens outros?
David Ribeiro – Este é o nosso propósito, ou seja, o porquê de nós termos surgido e de existirmos. Como lista, o nosso objetivo individual é sermos uma mesa da Reunião Geral de Alunos capaz de otimizar o nosso propósito de conseguir criar este veículo de comunicação eficiente entre os alunos e a associação académica. Além disso, em termos de objetivos, nós acabamos por nos dividir em quatro valores principais, que são a aproximação, a transparência, a universalidade e a valorização.
Em termos de aproximação, o nosso principal objetivo é estarmos mais próximos dos alunos. O órgão existe e sabemos que tem as competências que tem. No entanto, sentimos claramente que para grande parte dos alunos o órgão não é conhecido. Os alunos não sabem o que faz uma mesa da Reunião Geral de Alunos e qual é o seu propósito e o seu objetivo. Eu tive muitas situações em particular em que os meus amigos, quando viram que me estava a candidatar a este órgão, não sabiam o que era. Normalmente, as pessoas conhecem a direção e não conseguem perceber a existência e o porquê de tantas listas. Então, esse é o nosso principal objetivo: estarmos mais próximos dos alunos, de modo a que possam compreenderem melhor o que é a mesa e aquilo que propõe a nossa lista.
Nós acreditamos que é através da voz dos alunos que a nossa associação académica pode evoluir e as RGA são o método ideal para que isso aconteça. Nas RGA, são votados estatutos e relatórios, quer de execução de planos de atividades, quer de execuções orçamentais e é principalmente através do feedback dos alunos que este tipo de documentos e processos podem melhorar. Nós queremos valorizar a voz dos alunos porque acreditamos realmente que é um dos métodos prioritários de progressão da nossa associação académica.
Da mesma forma, regemo-nos pela universalidade, na medida em que acreditamos em todos os alunos e que é a diversidade de opiniões que vai realmente fomentar essa evolução. O nosso objetivo não é estarmos focados em determinado curso ou em determinada escola, mas sim conseguirmos ser abrangentes e chegar à maior diversidade de opiniões. A partir daí, tendo os diferentes feedbacks e os diferentes backgrounds académicos é que vamos poder ter opiniões mais fortes e uma tomada de decisão melhor preparada.
Por último, defendemos a transparência. Apesar de tudo o que estou a dizer ser muito interessante e ser uma visão muito idílica da situação em que estamos, um dos principais problemas é, realmente, para além de não conseguirem compreender o órgão, terem dificuldade em compreender a informação. Assim, pretendemos informalizar um pouco os métodos de comunicação que existem por parte da mesa da reunião geral de alunos e da própria associação académica. Queremos fazer com que os alunos se sintam mais preparados para aquilo que é a sua função, que é darem a sua opinião.
ComUM – Um dos vossos objetivos é fazer com que os alunos se envolvam ainda mais na RGA e que participem. Como pretendem concretizar essa medida?
David Ribeiro – Nós temos tentado fazer a auscultação aos diversos alunos, quer seja através de amigos mais próximos, quer seja através de conversas mais confrontas e estamos neste momento a fazer uma divulgação mais ativa presencialmente. E uma das principais dificuldades que os alunos nos têm transmitido é realmente a comunicação. Os alunos não sabem quantas RGA, por exemplo, devem existir, nem sabem em que alturas devem existir. Um dos nossos principais objetivos é que os alunos estejam informados de quando as RGA vão existir. E como é que podemos fazer isso? Tentar melhorar a comunicação.
Atualmente, a comunicação das RGA é feita só através do email institucional. Nós acreditamos que, tendo aqui uma estrutura tripartida, em que procuramos uma divulgação presencial mais ativa, através de cartazes, uma divulgação digital também mais ativa, através da manutenção de redes sociais orientadas para a mesa da reunião geral de alunos e de um follow-up mais preparado e dinâmico, conseguiremos tornar esta adesão maior. Relativamente ao follow-up, o que acontece atualmente é que temos uma ata depois das RGA. No entanto, estamos a pensar, por exemplo, em implementar uma newsletter para conseguirmos ter, de forma mais concreta e interativa, os principais assuntos que foram abordados na RGA.
ComUM – De que forma a vossa lista se distingue da lista concorrente?
David Ribeiro – Naturalmente, o nosso principal e primeiro foco somos nós. Acreditamos que, para estarmos preparados e motivados para esta campanha e para conseguirmos expor da forma mais clara e consolidada, temos primeiro internamente de estar todos orientados para aquilo que são os nossos objetivos. Essa é a nossa primeira tarefa – percebermos aquilo que a nossa lista propõe, o nosso propósito, a nossa visão e os nossos valores. Portanto, acima de tudo, focamo-nos em nós.
Depois, como é óbvio, tentamos fazer uma retrospetiva para percebermos também o porquê de nos destacarmos, não só da lista opositora, mas também daquilo que era a mesa de Reunião Geral de Alunos do passado. Ou seja, se nos estamos a propor a um órgão, temos de vir para fazer melhor. Temos que ter uma postura ativa, construtiva e evolutiva, caso contrário todos estes valores que estou aqui a transmitir de evolução e progressão não fazem sentido. Deste modo, identificamos alguns pontos de melhoria naquilo que era a reunião geral de alunos e a própria mesa como entidade que atua sobre esta reunião geral e a comunicação foi uma das principais dificuldades que sentimos. Tivemos agora estas duas últimas RGA e a própria antecedência com que alguns documentos foram libertados não foi a melhor. Identificamos pontos de melhoria, em que podemos pegar e construir a nossa lista da melhor forma. O objetivo aqui não é trazer aqui uma crítica negativa ao que foi o mandato passado, porque todos os mandatos, todas as funções, quer executivas, quer deliberativas acabam por ter pontos de melhoria.
Relativamente à lista opositora, como é óbvio não a podemos ignorar. Acreditamos que somos uma lista mais experiente, pois somos constituídos por membros com bastante experiência associativa e por vários presidentes de associações. Acreditamos que desta forma vamos conseguir chegar a mais alunos, porque conseguimos chegar a mais núcleos e somos uma lista mais diversificada. A título de exemplo, neste momento somos seis na lista, sendo que temos experiência em seis escolas, da universidade. Temos alunos que já participaram em mais do que um curso, o que nos traz alguma experiência e alguma capacidade de chegarmos a uma maior diversidade de alunos. Isto enquadra-se com aquilo que são os nossos valores: a universalidade, a aproximação. Acho que é desta forma que acabamos por nos destacar.
ComUM – Quais as razões pelas quais os estudantes devem votar em ti e na tua lista?
David Ribeiro – Primeiro, nós somos uma equipa motivada, focada para conseguirmos fazer um bom trabalho. Nós queremos realmente ser competentes e é disso que são feitos os membros desta lista – de competência e muito compromisso para com aquilo que é a mesa da reunião geral de alunos. Isso, por si só, deveria garantir algum sentimento de empatia por parte dos alunos, porque estamos realmente focados em fazer um bom trabalho. Como é óbvio, e havendo várias listas, isto não é suficiente.
Acho que a diversidade é um excelente fator que acaba por nos destacar, mas também a nossa experiência. É possível todos dizermos que vamos ser competentes, que vamos fazer um excelente trabalho e escrevermos um documento com princípios orientadores a demonstrar que temos boas ideias e ideias estruturadas e fundamentadas. Mas, por termos experiência em associativismo, temos de certa forma alguma garantia de que já estamos habituados a isto. As pessoas que cá estão, já demonstraram meritocracia noutras áreas, noutras associações e organizações e o facto de nos termos juntado é de certa forma um voto de confiança de que vamos fazer um bom trabalho. Somos motivados, dinâmicos, temos experiência e estamos preparados para assumir uma responsabilidade destas.
ComUM – Na apresentação da tua candidatura, falas de uma conceção mais criativa para a RGA. O que pretendes concretamente dizer com isto e de que forma os estudantes podem beneficiar com esta medida?
David Ribeiro – Um dos principais problemas que identificamos, para além da comunicação, organização foi que, neste momento, quem normalmente adere às RGA são as listas da direção, os outros órgãos sociais e as listas opositoras. A universidade é constituída por 20 mil aluno e destas listas candidatas contamos com 100 a 200 alunos. Isto representa muito pouco daquilo que é a universidade.
O nosso objetivo, primeiro de tudo, passa por conseguirmos realmente chegar a mais alunos e para isso temos de fazer com que os assuntos tratados sejam do interesse de todos e não só dos que o vão discutir ou beneficiar deles depois. Desta forma, pretendemos ser criativos, quer seja a partir da divulgação, quer seja através da própria forma como expomos a informação. Se nós expusermos a informação de forma mais dinâmica, mais interativa, à partida vamos conseguir chegar a mais alunos. Quanto melhor formos, mais adesão teremos. Temos uma mente e uma mentalidade muito progressista e evolutiva de pegar neste órgão e o conseguir levar para a frente.
Entrevista: Ana Margarida Alves
Artigo escrito por: Maria Sá
Multimédia: Ana Margarida Alves e Joana Oliveira