Inês Batista, candidata pela Lista E ao Conselho Fiscal e Jurisdicional (CFJ) da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho), esteve à conversa com o ComUM. A aluna de Ciências da Comunicação falou sobre a abstenção, a participação dos estudantes e os valores que deveriam estar na base do CFJ.

ComUM – Porque é que te decidiste candidatar ao Conselho Fiscal e Jurisdicial?

Inês Batista – Desde que entrei na universidade, sempre senti uma necessidade de estar ativa naquelas que eram as suas estruturas. Em parte, porque notava que a maior parte das pessoas não estava ativa, não era conhecedora, não se sentia próxima, não era interventiva e eu sempre achei que isso era uma urgência. Então, nesse sentido, fiz parte de vários projetos que pretendiam mobilizar pessoas e explicar como é que as coisas acontecem, porque é que acontecem, porque é que devem ser assim ou não. Isso também é um pouco que eu trago na minha bagagem agora para a minha candidatura.

ComUM – O que é que significa o slogan da Lista E?

Inês Batista – Acho que o nosso slogan fala um pouco por si. Nós acreditamos que somos a melhor opção para encarar este desafio do próximo ano no CFJ. Nós regemo-nos pelo rigor, pela transparência, pela necessidade de nos aproximarmos dos estudantes, porque vemos isso como o único resultado possível de um bom mandato. Por isso, acreditamos que somos a melhor opção.

ComUM – Se fores eleita e tendo em conta o trabalho desenvolvido pelo atual Conselho Fiscal e Jurisdicional, o que pretendes manter e evoluir?

Inês Batista – Eu acho que o mandato anterior já melhorou alguns aspetos, nomeadamente a pluralidade. Assistimos a uma mudança de paradigma: o candidato que se estava a recandidatar não foi eleito como presidente. O que significa que houve aqui uma necessidade de mudança. Isso demonstra também que se calhar é preciso renovar as pessoas que estão dentro da estrutura da Associação Académica. Portanto, acho que vamos continuar a trazer esse ponto da mudança. Nós temos pessoas novas, temos pessoas que já estão habituadas ao associativismo, que já fizeram parte de várias associações e que ainda não estiveram nesta posição da associação académica. Isto é muito bom para renovar a estrutura.

Por outro lado, também temos a questão da comunicação. Tenho a dizer que não foi muito bem trabalhada e é nisso que nós também queremos trabalhar. Queremos garantir que aquilo que são as decisões e os pareceres do CFJ são comunicados da melhor forma: simples, clara, acessível, para que qualquer pessoa, em qualquer momento, possa consultar a nossa análise perante a execução da atividade da Associação Académica.

ComUM – Quais são os valores que devem ser defendidos e mantidos num Conselho Fiscal e Jurisdicional ideal?

Inês Batista – As bandeiras que toda a gente levanta, durante a campanha, são sempre a da transparência, a do rigor, a do compromisso e a da proximidade. Isso são tudo coisas que nós reconhecemos como necessárias num órgão que é fiscalizador e independente. Contudo, acho que a diferença é: quem é que consegue garantir isso a longo termo e quem é que não consegue? Porque dizer palavras bonitas, em momentos bonitos, todos nós conseguimos fazer. Eu acredito que o CFJ ideal é esse. É aquele que garante que aquilo a que se propõe na campanha é cumprido no seu mandato e é isso a que nós nos propomos.

ComUM – Como é que a abstenção pode ser colmatada? 

 

Inês Batista – A abstenção é tendencialmente vista como problemática no período da campanha e não ao longo do ano. A abstenção não se combate em campanha, mas combate-se ao longo do ano. É algo difícil de se concretizar, mas tem de ser um trabalho contínuo.

Neste momento, o que podemos fazer em campanha é tentar cativar a tenção dos estudantes ao máximo para que se sintam envolvidos, queiram ser participativos. Ao longo do ano, queremos garantir que estas pessoas não se esquecem que o CFJ existe. Pretendemos cativar as pessoas a longo termo. Em campanha, podemos fazer isto com algumas iniciativas.

ComUM – Como é que a participação universitária pode aumentar, se fores eleita?

Inês Batista – Eu considero que aquilo que nós já estamos a fazer em campanha, que é envolver as pessoas, chamar atenção, já é um bom começo para aquilo que que nós falamos tanto, para a aproximação. A longo termo, acho que há um trabalho que tem que ser feito em proximidade com as com os órgãos de comunicação, como a RUM e o jornal ComUM, de forma a que os nossos pareceres e decisões não sejam apenas uma nota informativa, mas algo que chegue a estes meios e que é divulgado de uma forma acessível a qualquer pessoa. Acho que esse pormenor, esse cuidado em informar e em informar bem pode ajudar a envolver as pessoas, fazer com que elas deem sugestões, sejam críticas sobre determinados assuntos e nós estaremos sempre também disponíveis para receber essas mesmas críticas e sugestões.

ComUM – Porque é que os universitários devem votar na Lista E?

Inês Batista – A minha lista olha para a comunidade estudantil como um todo. Ou seja, nós não acreditamos que alguém possa ser eleito sem que as suas funções sejam escrutinadas ou questionadas. Tem de haver um trabalho comunitário. E nós percebemos e temos consciência de que uma pessoa, que é eleita, é eleita por alguém. Seres eleito por alguém não te faz melhor ou mais importante. Dá-te mais responsabilidade. Portanto, isso significa que quem elege tem o poder de te colocar naquele lugar e tu tens de estar à altura daquilo que é o desafio. Nós temos a noção de uma comunidade que queremos respeitar e servir da melhor forma.