Lançado a 29 de outubro de 2021, = (ou Equals) é o quarto álbum de estúdio de Ed Sheeran. Agora mais velho, casado e pai, o artista faz observações banais sobre o amor, a vida, a maturidade, as perdas e as festas desta nova fase da vida, com alguma mistura de géneros.

Após quatro anos sem grandes novidades em termos de lançamentos musicais, o astro britânico Ed Sheeran voltou com um álbum que apresenta 14 novas faixas. Estas incluem três singles. Equals veio completar a série matemática do artista, que já contava com + (Plus) de 2011, X (Multiply) de 2014 e : (Divide) de 2017.

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Para dar início ao álbum, o artista cria “Tides”, uma música que aborda a temática do amadurecimento, das mudanças e principalmente do facto de se ter tornado pai. A melodia é bastante linear em termos de notas e, por isso, torna-se fácil de memorizar. No entanto, e por muito que isto possa tornar a música cansativa, Sheeran cria um contraste rítmico entre o pré-refrão e o refrão e, de uma batida acelerada e monocórdica o som diverge para uma suave melodia acompanhada pela voz doce do artista.

A seguinte da lista “Shivers” que é, também, o segundo single do álbum. Nesta Sheeran escolhe um som um pouco mais ligado ao pop moderno, algo que os fãs já estão habituados a ouvir nas suas demais composições. A produção da melodia é consistente e no refrão apresenta alguns toques musicais coloridos e alegres. A chegar ao final da música o artista adicionou umas batidas que se assemelham ao som de palmas e que dão um toque dançante à música.

A música seguinte, “First Time”, retrata, tal como a anterior, uma história de amor. Porém, a sua melodia é completamente diferente. É uma balada pop que combina a voz suave do cantor com os acordes calmos da sua guitarra. Com esta composição, Ed Sheeran relembra os fãs de antigas e aclamadas músicas “Perfect”, “Thinking Out Loud” ou, até mesmo, “Photograph”. 

“Bad Habits“ é o quarto tema e foi o primeiro single de Equals. Lançada a 25 de junho de 2021 juntamente com o videoclipe, foi o primeiro lançamento oficial do artista desde 2019. Aqui, podemos ouvir as influências do pop, sempre presentes através da guitarra e as melodias eletrónicas que inovam, a partir daqui, o álbum. Liricamente, o britânico parece refletir sobre as más decisões tomadas durante a madrugada.

No videoclipe, o público pode ver o artista como nunca antes tinha visto. Como uma espécie de personagem que mistura um vampiro e Joker, o artista causa o caos pela cidade. Por muito que “Bad Habits” tenha sido um sucesso comercial, alcançando o número dois na Billboard Hot 100, a música torna-se cansativa e demasiado produzida para as massas, não tendo qualquer essência que a faça distinguir de tudo o que há hoje em dia.

Tal como em outras músicas do álbum, em “Overpass Graffiti” o cantor vai buscar a influência das músicas dos anos 80 juntamente com um pouco do ritmo eletrónico parecido com a anterior faixa. Por esse mesmo motivo, a música não inova muito parecendo, apenas, uma segunda parte de “Bad Habits”. Contudo, logo a seguir vem “The Joker and The Queen” que se mostrou ser uma das favoritas, isto porque é, sem dúvida, uma das músicas mais tocantes e intimistas. Por muito que seja sobre amor, tal como as anteriores, aqui a melodia é totalmente nova. Ao som da sua voz, de uma guitarra, de um piano e de um violino, podemos ouvir a simplicidade na composição de cada momento da música, música esta que consegue mesmo aproximar o autor dos ouvintes.

O terceiro single do álbum, “Visiting Hours”, está na 12ª posição na lista e é uma música de homenagem a um ente querido. Aqui, Ed abre o coração e declara-se a alguém especial que perdeu, passando uma mensagem sobre a importância do tempo e de viver o momento. A sua letra é forte e tocante, principalmente no momento em que o artista diz “Tanta coisa mudou desde que foste embora/ Eu queria que o céu tivesse horário de visitas/ E eu perguntar-lhes-ia se te posso levar para casa”.

Em “Sandman”, Ed Sheeran canta diretamente para a sua filha recém-nascida. Assim, percebemos desde logo que a música vai buscar sons que relembram a infância. Com acordes simples e alegres, “Sandman” mostra o lado paternal do cantor pop, lado este que nunca tinha sido revelado. As restantes faixas são, porém, um pouco irrelevante, isto porque não inovam muito, nem dão um sentido especial ao álbum.

De facto, Ed Sheeran regressou, finalmente, com um álbum que apresenta mudanças na sua vida e na sua forma de expressão, mostrando o seu crescimento enquanto pessoa e artista. No entanto, ainda que Equalstenha alguns sucessos promissores, não é, de todo, o álbum mais apreciado pelos ouvintes. Ao percorrer a vários estilos que não se ligam tanto entre si, o artista não é capaz de agradar a todos os fãs que estavam habituados a algo muito mais dedicado ao pop.