Segundo Fontainhas Fernandes, o ano letivo em curso está a ser “turbulento” dada a evolução da pandemia.

Nos últimos tempos, tem-se registado um significativo aumento de casos de infeção por covid-19 na comunidade escolar que, consecutivamente, tem levado a sucessivos períodos de confinamento dos estudantes. Por conta disso, o presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES), Fontainhas Fernandes, considera que o ano letivo em curso “está longe de ser normal”. Em entrevista ao PÚBLICO, o responsável aconselha o Governo, em matéria de acesso ao ensino superior, considerando necessário adotar medidas de combate à pandemia semelhantes às dos últimos dois anos.

Para o presidente, é “prematuro saber o que vai acontecer nas escolas face à evolução da pandemia”. No que toca à retoma das aulas em regime presencial, esta vai ser ainda discutida no próximo dia 10 de janeiro. No entanto, o responsável declara que, até lá, “não devemos voltar já à normalidade anterior à covid-19”.

No que diz respeito ao ingresso nas universidades e politécnicos públicos, o presidente afirma que as regras devem ser “semelhantes às dos dois anos anteriores”. Para o decorrente ano letivo, o único dado adquirido é que os exames nacionais vão manter uma estrutura semelhante à que foi usada, conjugando um grupo de perguntas opcionais e de carácter obrigatório. No entanto, também há a possibilidade de os estudantes terem de realizar apenas as provas exigidas como específicas para ingresso nos cursos superiores a que queiram concorrer. Segundo responsáveis do setor, em anos passados, esta medida levou ao aumento do número de candidatos às universidades e institutos politécnicos.

O trabalho da CNAES nos próximos meses vai focar-se na definição das regras de acesso ao ensino superior para o próximo ano letivo. Fontainhas Fernandes vai retomar o cargo de líder de um grupo de trabalho que vai aconselhar a tutela sobre o assunto.