Thank You é o 25º álbum de estúdio da cantora americana Diana Ross. Foi lançado no dia 5 de novembro e é o primeiro lançamento desde 2006. Após uma carreira brilhante, a artista mostra-se agora a estagnar, não surpreendendo o público. Apesar de agradável, está aquém daquilo que se esperava.

Tendo em conta as obras marcantes da época disco, este lançamento pouco acrescenta. O único ponto digno de Diana Ross é a diversidade. Assim, conta com uma variedade e uma fusão de estilos musicais distintos que acabam por se completar. Por isso, é evidente que não se torna cansativo ouvir os temas. A “All Is Well”, a “Count on me” e a “Tomorrow” são exemplos perfeitos disso.

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Apesar da versatilidade que referi, analisando as músicas individualmente, deparamo-nos com uma simplicidade desagradável. “Count On Me” é uma canção que se demonstra previsível, quer na letra, quer na música em si. O ritmo e a melodia não são espantosos. Contudo, aquilo que mais desilude é a lírica, uma vez que cai na falta de originalidade, abordando o amor de maneira superficial e demasiado espectável.

O tema “Tomorrow” e o “In your heart” desiludem ligeiramente pela parte sonora. O auto-tune usado na última acaba por ser uma tentativa de fundir um estilo vintage com a música atual. No entanto, não teve um resultado que se destaque. Já a “Tomorrow” é marcada por um ritmo extremamente rápido, com uma batida fervorosa. Infelizmente, causa alguma inquietação desagradável.

Surge, depois, uma música que se sobressai, “I Sill Believe”. Trata-se de um tema de estilo musical eletrónico que se inicia de forma subtil. Porém, de forma inesperada, deparamo-nos com uma transição energética que faz qualquer ouvinte ter vontade de se mexer e dançar. Destaca-se, assim, pelo espírito latino equilibrado com o romantismo presente na letra do tema.

O ponto positivo do Thank You é a mistura clara de técnicas musicais vintage a que a artista nos habituou nos anos 70 e 80, com práticas da música pop atual. Além disso, aquilo que dá vida ao álbum é a voz única da cantora. Quanto os temas são menos bons e, sobretudo, quando as letras nada acrescentam, são as interpretações fabulosas de Diana Ross que não deixa as músicas caírem completamente no esquecimento.