A 24 de setembro de 1991, os Nirvana presentearam o mundo com o seu segundo álbum de estúdio, Nevermind. Apesar da sua enorme influência reconhecida por todos, é difícil encontrar outro álbum que se assemelhe tanto à fórmula quiet/loud roubada da banda Pixies.

Ao contrário do que Cobain, guitarrista e vocalista de Nirvana, previra, Nervermind acabou por se tornar um dos maiores sucessos de 1991. Esta foi uma inspiração para as gerações do grunge e do rock alternativo, géneros que se encontravam debaixo de água. A população foi, assim, regalada com um dos maiores clássicos dos anos 90, que recebeu diversas premiações.

Em 1992, esta obra musical conseguiu alcançar o primeiro lugar na Billboard 200 e noutras tabelas musicais no Canadá, em Portugal e na Suécia. Foi certificado como álbum diamante por diversas associações, como a Associação Americana da Indústria de Gravação, a Associação Canadiana da Indústria da Gravação e o Sindicato Nacional da Edição Fonográfica.

Os artistas escolheram a Butch Vig como produtora e, para os retoques finais, Slayer Andy Wallace, ficando estes encarregues de tornar o álbum numa obra de punk. No entanto, a obra musical que se encontrava agora a ser vendida por todo o mundo era de um rock mainstream. Apesar da desilusão que Kurt Cobain experienciou, o enorme número de vendas acabou por trazer alguma felicidade.

Exemplos deste rock são as faixas principais que atribuíram a fama ao álbum, assim como “Smells Like Teen Spirit”, “Come As You Are” e “Lithium”. Estas músicas tornaram-se hinos de angústia para os adolescentes da época, que se encontravam completamente desalinhados relativamente ao mundo que os rodeava. Estes hits ainda hoje ecoam e são cantados a plenos pulmões por muitos.

O tema “In Bloom” pode ser definido como uma combinação de uma certa tensão e vibração descontraídas, que coexistem para produzir voltas e reviravoltas frescas e construídas. Apesar do jogo que Cobain fez com as palavras, as suas letras conseguem ser bastante reveladoras e íntimas. O maior caso disto é “Polly”, uma canção sobre um violador, que é capaz de chocar a todos os que a entendem.

Músicas como “Breed”, “Drain you” e “Territorial Pissings”, por sua vez,  acabaram por ser um pouco repetitivas, apesar de um certo humor único presente. O álbum termina, no entanto, de forma silenciosa com “Something In The Way”. Uma faixa que pretende representar a vida complicada dos que não têm um lugar onde ficar, onde dormir ou onde se alimentar.

Esta obra musical acabou por se tornar um diário arranhado do vocalista, sendo que a voz de Kurt Cobainpermaneceu mesmo depois da tragédia que o roubou do nosso mundo. É esta presença forte, mas desgastada, que fica para relembrar o álbum que, embora um pouco defeituoso para o cantor, não deixa de ser um clássico inspirador para muitos outros.