Realizado por Jon Watts, Homem-Aranha: Sem Volta a Casa saiu nos cinemas de Portugal no dia 16 de dezembro de 2021. Com um trailer que bateu recordes, este foi um filme que não desiludiu e teve tudo para conseguir reclamar o título de melhor filme do ano.
A obra de Jon Watts uniu todos os que amaram e amam a sequência de longas-metragens do herói que surgiu pela primeira vez nos ecrãs em 2002. A obra cinematográfica segue mais especificamente, o excelente Homem-Aranha: Regresso a Casa (2017) e a sequela Homem-Aranha: Longe de Casa (2019). Apesar de representar de forma completa a evolução do personagem Peter Parker, interpretado por Tom Holland, este restaura, de igual forma, as interpretações do herói antes feitas e evoca uma certa nostalgia.
A história de Homem-Aranha: Sem Volta a Casa ronda à volta de como Peter Parker lida com as consequências dos acontecimentos logo no final de Homem-Aranha: Longe de Casa. A sua identidade secreta é conhecida pelo público e agora, com os selvagens meios de comunicação social atrás dele, Peter tem de se adaptar a uma existência difícil perseguida pelos incómodos holofotes do público. Surge Doctor Strange para o ajudar e acaba por ser aberto um multiverso, que leva ao surgimento de cinco vilões e dos homens-aranhas anteriores.
O facto de o Andrew Garfield e o Tobey Maguire surgirem para formarem uma espécie de equipa com Tom Holland para todos conseguirem restabelecer a ordem da MCU (Marvel Cinematic Universe) é genial. Poderia complementar com a forma como No Way Home dá o final adequado e tão desejoso dos fãs às séries anteriores. No entanto, simplesmente é puramente agradável ver Garfield e, em particular, Maguire a voltar à ação mais uma vez.
Tal como mencionei anteriormente, a Marvel anunciou a inclusão de vilões retornados, destacando o Green Goblin e o Doctor Octopus. Graças à tecnologia de anti-envelhecimento digital da Marvel, é notável que os atores Dafoe e Molina pareçam na sua maioria como há quase duas décadas atrás quando apareceram na trilogia original do Homem-Aranha de Sam Raimi. Principalmente, porque por vezes parece que um filtro de beleza do Instagram foi colocado estrategicamente sobre certas partes do ecrã.
Os efeitos visuais em geral foram detalhadamente analisados para prevenir possíveis erros e as cenas de ação, com combate corpo a corpo, sentem-se mais práticas e viscerais. Há definitivamente uma maior textura com o suor e o sangue a penetrar a tela. Uma perspetiva em primeira pessoa foi também bem trabalhada, sendo que o filme quase nos leva num passeio vertiginoso com o Homem-Aranha a saltar de prédio em prédio.
Por sua vez, Tom Holland também tem a oportunidade de demonstrar os seus talentos dramáticos de representação, mais do que apenas a sua simpatia sem esforço. As cenas, agora, mais escuras empurram Holland para performances mais emotivas. Também Zendaya demonstra uma MJ com muito mais a fazer desta vez e, também, uma maior desenvolvimento da personagem.
Em síntese, a máquina é mais eficaz, o diálogo mais rápido e o tumulto interior do nosso herói fica muito mais agitado. Se o personagem se vai tornar o próximo Tony Stark, esta é a forma de gravar mais algumas cicatrizes numa fachada de herói mais interessante. Por outras palavras, as expectativas para o maior filme do ano foram definitivamente satisfeitas.
Título Original: Spider-Man: No Way Home
Realização: Jon Watts
Argumento: Chris McKenna; Erik Sommers
Elenco: Tom Holland; Zendaya; Benedict Cumberbatch;
EUA
2021