Landscapers estreou dia 6 de dezembro na HBO. A minissérie conta a história de um crime real através de uma criativa narrativa cinematográfica.

Baseada em factos reais, Landscapers relata a história de Susan e Christopher Edwards, que se entregam à polícia, 15 anos após terem cometido um crime. O casal admite ter enterrado os pais de Susan no quintal da sua casa após altercações que culminaram na morte de ambos.

O aspeto que mais se destaca nesta minissérie é a cinematografia. Sem medo de arriscar, o realizador vai alterando entre paletas de cores quentes e paletas de cores frias, cenas a preto e branco e cenas a cor, ambientes escuros e ambientes claros. Estas incessantes alterações conferem um visual fascinante e único aos diferentes momentos. Assim, o espetador está sempre preso ao ecrã, completamente absorvido pelo dinamismo visual.

O que também cativa o público são as incríveis atuações por parte de Olivia Colman e David Thewlis. Se Susan e Christopher são personagens bastante complexos, muito se deveu às performances dos atores principais. Em apenas quatro episódios, foram capazes de retratar a trágica história deste casal da melhor forma.

Algo que também ajudou a retratar a história foi a quebra da quarta parede. Uma ferramenta utilizada ao longo do enredo e que, mais uma vez, cria um dinamismo muito original e que não é habitual no género policial. Sem dúvida, um dos pontos de destaque desta minissérie.

Todos estes aparatos visuais servem para dar uma nova vida a uma história policial que de outro modo não se destacaria muito. Também é importante referir que o enredo foca-se bastante na história do casal principal e nas suas emoções. Isto contrasta com outras obras do mesmo género, que se focam mais na investigação e em dar ao público vários plot twists, que muitas vezes nem são assim tão relevantes para o desenrolar da história.

Concluindo, num mercado saturado de obras de crime policial, Landscapers destaca-se pela sua abordagem inesperada e criativa. A minissérie torna uma simples investigação criminal numa experiência visual muito mais apelativa e dinâmica.