Love Hard foi lançado em novembro de 2021 na Netflix. A longa-metragem apresenta mais uma história natalícia de romance, que apesar de parecer um cliché, tem muito para explorar.

O filme inicia com a identificação de uma das personagens principais, Natalie Bauer (Nina Dobrev). A jovem trabalha como redatora na secção de namoro, onde acaba por relatar todos os seus encontros amorosos desastrosos. Desta forma, é notório o quanto a personagem é azarada no amor, uma vez que acaba sempre por se apaixonar pelo rapaz errado.

Natalie utilizava com frequência aplicações de encontros amorosos até que, um dia, faz “Match” com um rapaz chamado Josh Lin (Jimmy O. Yang), pelo que acaba por estabelecer uma enorme conexão com ele, após passar horas a fio em chamada com ele. Os dois vão falando diariamente e partilham os seus gostos e receios, acabando por se tornarem cada vez mais íntimos e criando grandes laços de amizade. Devido a esta evolução, Natalie acreditava que desta vez, Josh seria o rapaz certo para ela e, por isso, toma a decisão de viajar até à cidade natal do rapaz, com o objetivo de o surpreender nesta época natalícia. Assim, Natalie prepara as malas, prometendo ao chefe de redação que mais nenhuma relação amorosa sua iria dar errado.

Assim que chega à cidade de Josh, a protagonista dirige-se à sua casa e percebe que nem tudo é aquilo que parece: Josh mentiu sobre a sua identidade, uma vez que havia colocado fotos de outro rapaz no seu perfil e não dele próprio. Com esta revelação, Natalie fica furiosa e acaba por sair da casa. Nessa mesma noite, a protagonista decide deslocar-se a um bar, no qual acaba por encontrar o rapaz que seria aquele que Josh teria colocado no perfil, que por incrível que pareça, era um ex amigo de Josh. A protagonista acaba por fazer um pacto com o protagonista masculino para que a ajude a tentar conquistar o tal  rapaz, cujo nome é Tag (Darren Barnet). Este aceita o pacto, mas em troca pede a Natalie que seja sua namorada a fingir, para que os seus pais sentissem orgulho nele, uma vez que o seu irmão é que era o filho perfeito e o centro das atenções. Posto isto, Josh acaba por planear encontros entre Natalie e Tag e a protagonista até acaba por mentir sobre certos hobbys que gosta de fazer, apenas para agradar a Tag.

Acho que duas boas palavras para descrever esta situação é hipocrisia e falsidade, uma vez que Natalie criticara anteriormente Josh por lhe ter mentido acerca da sua identidade, no entanto ela acaba por fazer exatamente a mesma coisa. Enquanto que Josh mentiu acerca do seu aspeto físico, mas acerca dos seus interesses e crenças este falava a verdade, Natalie não mentiu acerca da sua aparência, mas mudou completamente a sua personalidade e aquilo em que acreditava apenas para tentar conquistar um rapaz.

Do meu ponto de vista, penso que o Josh demonstra muito mais maturidade que Natalie, uma vez que, apesar de este a amar profundamente, ajudava-a a conquistar o rapaz de quem ela realmente gostava.  Isto, para mim, demonstra uma maturidade enorme.

Sem dúvida que este filme nos transmite uma grande lição de moral uma vez que a aparência nem sempre corresponde ao interior. Atualmente, as pessoas valorizam muito mais os aspetos físicos do que os psicológicos, pelo que muitas vezes é um fator limitativo e que nos impede de conhecer realmente alguém que poderia ser a tal pessoa que nos poderia mudar a vida por completo. Desta forma, este filme obriga-nos a refletir a importância de conhecermos as outras pessoas e permitirmos que estas nos conheçam a nós.

A meu ver, esta obra cinematográfica é excelente na medida em que retrata situações que todos os dias nos vemos obrigados a enfrentar e opiniões particulares e de certa forma, discriminatórias que a maior parte da população possui. Assim, é importante realçar que o interior conta muito mais do que apenas o aspeto físico.