O ciclo de conferência inicia-se com o tema “O 5 de outubro de 1910”.
Na próxima sexta-feira, dia 28 de janeiro, é retomado o ciclo de conferências “Conspirações, Revoltas e Revoluções na I República”, no Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão. Após ter sido interrompido devido à pandemia, o ciclo promete um total de nove conferências mensais. A iniciativa estende-se até 18 de novembro, com a reflexão sobre “A revolução de 28 de maio de 1926”.
De acordo com o coordenador científico do Museu Bernardino Machado, Norberto Cunha, “a eleição da temática “Conspirações, revoltas e revoluções na I República (1910-1926)” deve-se a circunstâncias fáceis de reconhecer num mundo contemporâneo, onde a violência armada tem sido uma constante nas “nações” e onde não cessam de ser notícia revoluções, revoltas e conspirações que nelas surgem. É verdade que estas modalidades de violência não se confundem com as que ocorreram no século XIX e XX”.
Garante que, em primeiro lugar, a temática importa para ajudar a “compreender porque é que os adversários políticos recorrem à violência armada e não à negociação e ao gradualismo político para solucionar os seus conflitos”. Em segundo lugar, “que conexões podem estabelecer-se entre esses conflitos e as ideias de Estado-nação e de nacionalismo”. Em terceiro lugar, “perceber se esses confrontos são uma expressão da evolução social (e, nessa medida, inevitáveis) ou expressão de vontades livres, mais ou menos individuais (e, nessa medida, confrontos evitáveis)”. E, por último, “que motivações – e de que natureza – estiveram na origem das principais revoltas, revoluções e conspirações que ocorreram entre nós, de 1910 a 1926”.
Norberto Cunha referiu ainda a ligação entre a temática das conferências e o patrono do Museu Bernardino Machado, “que foi não só vítima de algumas dessas revoltas e revoluções (como a de Mafra, em 1914; a de Sidónio Pais em 1918; a de Maio de 1921; e a do 28 de Maio de 1926) como discorreu e se pronunciou, amplamente, sobre elas, inclusive, no plano doutrinal”.
O ciclo de conferência inicia-se com o tema “O 5 de outubro de 1910”, com Ana Paula Pires; segue-se “O Movimento Revolucionário republicano-radical do capitão Lima Dias (27 de abril de 1913)”, com Norberto Cunha; “A Revolta de 14 de Maio de 1915”, com Luís Bigotte Chorão; posteriormente, vai-se das “Das incursões couceiristas à Monarquia do Norte (1910-1919)”, com Miguel Santos; chega ao “golpe sidonista de 5 de Dezembro de 1917”, com Alves de Fraga, e à “revolta de 19 de Outubro de 1921”, com António José Queiroz. As três últimas sessões passam pela “A revolta de 18 de Abril de 1925”, “A intentona radical de 1 de Fevereiro de 1926” e “A revolução de 28 de Maio de 1926”.