Verificou-se um crescimento de 13% nas inscrições em comparação com o último ano letivo.

As estatísticas providenciadas pelas instituições de ensino revelam que, neste ano letivo, cerca de 4500 alunos matriculados nas universidades e politécnicos públicos possuem o Estatuto do Estudante Internacional. Verifica-se assim um aumento percentual notável, que torna este ano no segundo com mais estudantes internacionais inscritos no ensino superior público.

A Universidade da Madeira apresenta a maior intensificação, uma vez que acolheu mais do triplo de estudantes estrangeiros. No presente ano letivo, matricularam-se 114 novos alunos, ao passo que no ano passado eram apenas 31. Para a  vice-reitora da universidade, Elsa Fernandes, o aumento é o resultado do acordo entre a universidade e o Ministério do Turismo e Cultura de São Tomé e Príncipe onde, através do processo, jovens são-tomenses vão poder estudar na Madeira, assim como funcionários do Governo que vão fazer mestrado em Portugal.

A vice-reitora declara que, a Universidade da Madeira não tem condições para sobreviver “apenas com os alunos da Madeira face à quebra demográfica”. Deste modo, afirma precisar de atrair para a universidade não só alunos do continente, como também alunos internacionais.

Por sua vez, no Instituto Politécnico de Setúbal há uma “política continuada de aposta” que visa a atração de alunos internacionais. Em seguimento, o presidente do instituto, Pedro Dominguinhos, realça o crescimento superior a 70% de novas matrículas, o que equivale a um total de 470 alunos de outras nacionalidades. “A pandemia teve um impacto prolongado na atração de estudantes internacionais”, afirmou Pedro Dominguinhos. No entanto, “acabou por ter alguns efeitos positivos”. Exemplo disso, é a “aprendizagem” que as instituições de ensino tiveram oportunidade de receber sobre ensino à distância. Desta forma, tornou-se possível criar “laços desde cedo com os estudantes”, conclui.

Os alunos internacionais têm um prazo de confirmação de matrícula até março. A medida, implementada nos últimos dois anos, pretende dar resposta aos atrasos e problemas que se tem sentido na atribuição de vistos.

Por outro lado, como consequência da problemática de atribuição de vistos, seis instituições de ensino superior registaram uma diminuição das inscrições relativamente ao ano anterior. Entre elas estão o instituto politécnico de Beja (com menos 2,7%), Castelo Branco (com menos 12%) e Cávado e do Ave (com menos 70%).

Também, três das principais universidades públicas baixaram a percentagem de alunos estrangeiros. São elas a Universidade do Porto (com uma descida de 27%), a Universidade do Minho (com menos 13%) e a Universidade Nova de Lisboa (com uma quebra de 12%).

Os principais países de origem dos alunos internacionais são o Brasil (aproximadamente 50%) e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (que representam cerca de 40% conjuntamente). Esta predominância deve-se, especialmente, às dificuldades de obtenção de visto por parte de países que não fazem parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).