O vencedor do Festival Eurovisão 2017 atuou no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), no último fim de semana de janeiro.

No passado sábado, 29 de janeiro, Salvador Sobral e a sua banda ocuparam o Grande Auditório Francisca Abreu, no CCVF. O quinteto apresentou bpm (2021), um álbum de autoria exclusivamente do vocalista.

Num registo descontraído, Salvador revelou que escreveu o novo álbum durante a pandemia “porque estava entediado”. Composto por 14 canções, bpm é uma analogia de batimentos por minuto, sigla que soa familiar ao cantor. O artista confessou a “adrenalina” que estava a sentir e contemplou que “cada aplauso é um respiro novo”. bpm é uma obra marcada pela sintonia entre o piano, o contrabaixo, a bateria e a guitarra – tocados por Abe Rábade, André Rosinha, Bruno Pedroso e André Santos, respetivamente.

No concerto, o grupo musical revelou uma grande cumplicidade, o que se traduziu numa performance autêntica e espontânea – “liberdade de improvisação”, como referiu o músico. A constituição do álbum é também ela diversa, assinalada ora por canções profundas e delicadas, ora por outras mais agitadas e dinâmicas. O reportório, escrito em três línguas, transparece emoção. Salvador Sobral demonstrou ser um espírito livre através de movimentos e danças peculiares. Além disso, cada instrumento teve o seu momento solo. A destacar, o tema “medo de estimação”, sobre o qual o artista contou ter escrito “em jeito de terapia do medo de morrer”. Sobre a “sangue do meu sangue”, disse ser a canção de que mais se orgulha.

O quinteto interagiu, por diversas vezes, com o público. Inclusive, o vocalista percorreu a audiência durante a última canção enquanto cantava juntamente com o público. Terminou o serão com um agradecimento, de novo, em tom de brincadeira, dizendo que “não é Michael Jackson, mas foi giro”.