O artista regressou a Braga, após cinco anos, e apresentou uma compilação de canções de cariz tradicional.
Na última sexta-feira, 25 de fevereiro, Daniel Pereira Cristo e a respetiva banda invadiram o Theatro Circo para apresentarem o novo projeto “Da Raiz ao Fado” (2021). O conceito aborda a música tradicional portuguesa através da diversidade de sons, num balanço entre o Folk e o Fado.
O artista iniciou o concerto com uma citação de um escritor que confessou admirar bastante, Fernando Pessoa. Num ritmo calmo, a banda tocou e cantou as novas composições. O espetáculo ficou marcado pelos diversos instrumentos, desde o piano, a guitarra, o baixo e o cavaquinho até ao acordeão, à gaita de foles, a guitarra portuguesa e o adufe.
O serão contou com a presença da fadista Carla Pires, como convidada especial. A artista estrou-se no concerto com o tema “Tirioni”, seguido de vários outros que cantou, ora em dueto com Daniel Pereira Cristo, ora a solo. O público mostrou-se dinâmico, batendo palmas, por diversas vezes, em sintonia com a música.
O estilo musical da banda pareceu muito familiar, visto que transparece “portugalidade”. A convergência entre os instrumentos, as vozes principais e as secundárias, traduziram-se numa noite agradável e envolvente. Além disso, o vocalista construiu uma proximidade com o público, por exemplo, pelo facto de estar descalço, transmitindo uma sensação confortável.
Ao longo do reportório, foram várias as menções a grandes nomes da História da música e da escrita. Daniel Pereira Cristo recordou poemas como “se eu pudesse trincar a terra toda…” de Alberto Caeiro, e “Hino à razão” de Antero de Quental. Ainda, relembrou Zeca Afonso, realizando, desse modo, uma homenagem póstuma “pelos valores que nos deixou”. “De não saber o que me espera é a música mais bonita que conheço do Zeca”, confessou.
O concerto terminou com a tradicional “Chula velha” acompanhada do convite para um “pezinho de dança”. A audiência não hesitou, seguindo uma longa e efusiva salva de palmas.