A Associação Académica da Universidade do Minho é uma das doze associações e federações académicas do país subscritoras da carta.
Na missiva enviada esta quarta-feira, dia 9 de fevereiro, a António Costa, as Federações e Associações Académicas do país apelam a que o ministro mantenha a Ciência, Tecnologia e Ensino Superior como área ministerial no próximo Governo ao invés de promover uma tutela única agregando as três áreas. “Não podemos ter um ministério titânico, a ocupar-se do Ensino Superior da parte da manhã, e dos Ensinos Básico e Secundário da parte da tarde”, refere a carta.
Para os estudantes, “uma reorganização orgânica que venha a dividir o Ensino Superior e a Ciência em duas Secretárias de Estado distintas, sob um ministério com competências e áreas tão diversas como o da Educação” vai afetar a “articulação e coordenação entre duas áreas que se pretendem conexas”. Segundo os responsáveis, Portugal é “um país plenamente comprometido, a nível nacional e europeu, com o reforço do Ensino Superior e da Ciência, ambos essenciais no apoio à transição ecológica e digital, mas também à promoção da equidade e inclusão sociais”. Desta forma, apelam a que o Ensino Superior e Ciência se mantenham enquanto área ministerial na organização e funcionamento do XXIII Governo Constitucional, cuja posse está marcada para o próximo dia 23 de fevereiro.
Na carta, os dirigentes associativos alertam também para uma “hipotética subalternização” do Ensino Superior e da Ciência que não é condizente com as “apostas políticas assumidas para a transição digital, inovação e qualificações, que são encaradas como fatores de desenvolvimento”. Recordam também experiências anteriores que demonstram que um Ministro da Educação, pela natureza do cargo e funções, “não detém disponibilidade suficiente para se dedicar aos temas do Ensino Superior e Ciência”.
Por fim, os universitários pedem uma audiência com o primeiro-ministro para que possam ter oportunidade de “retratar a realidade dos alunos do Ensino Superior e o seu papel na reconstrução do País pós-pandemia”. “A resposta à pandemia, ao longo dos últimos dois anos, tem contribuído para a valorização da ciência, em diversas áreas do conhecimento. Em paralelo, assistimos a uma aceleração da transição digital. Ambos os fenómenos têm efeitos na economia e, naturalmente, na forma como se organiza e desenvolve a sociedade”, declara o documento.
A carta é subscrita pela Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e pelas associações académicas das universidades de Lisboa, dos Açores, do Algarve, de Aveiro, da Beira Interior, de Évora, da Madeira, de Trás-os-Montes e Alto Douro, bem como pelas federações académicas de Lisboa e do Porto e pela Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico. A mensagem foi enviada com o conhecimento do Presidente da República Portuguesa, dos partidos políticos com representação parlamentar, do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.