A peça de teatro de comédia com a pitada certa de drama fez paragem em solo bracarense este sábado.

 

Numa noite de eclipse total da lua, um jantar de amigos é o mote da peça de comédia dramática dirigida por Pedro Penim. “Perfeitos Desconhecidos” é inspirada no original sucesso do cinema italiano de Paolo Genovese. A atuação fica a cargo de sete atores bem conhecidos do grande público: Ana Guiomar, Cláudia Semedo, Filipe Vergas, Jorge Mourato, Martinho Silva, Rita Brütt e Samuel Alves. A peça está em digressão pelo país e “enche salas há sete meses consecutivos”, segundo a promotora Hype.

O cenário projetado por Joana Sousa simula quatro divisões do interior de uma casa. As cores vibrantes e os padrões do fundo contrastam com uma decoração minimalista. No fundo do cenário, a meio do palco, há ainda um ecrã cuja utilidade rapidamente se faz compreender. A faltar um quarto para as dez e com a sala praticamente cheia, uma voz anuncia o início do espetáculo.

Um grupo de amigos decide reunir-se para jantar e apreciar um momento juntos. Vítor (Filipe Vargas) é o primeiro a surgir em palco, seguido da sua esposa Júlia (Rita Brütt). São eles os anfitriões do convívio. Aos pares, os restantes casais vão se juntando à festa, Márcia (Ana Guiomar) e César (Jorge Mourato) são o segundo par. Seguem-se Lurdes (Cláudia Semedo) e Renato (Martinho Silva), que anseiam pela chegada do garanhão Luís Paulo (Samuel Alves) e da sua mais recente namorada.

Num momento de fofoca, falam de um casal amigo que está num processo de divórcio, depois da esposa descobrir através de uma mensagem que o marido a estava a trair. Júlia defende que os telemóveis são verdadeiras “caixas negras” e propõe um jogo: que os amigos coloquem os seus telemóveis em cima de uma mesa, desbloqueados e tudo o que recebam tem de ser partilhado com o grupo.

Depois de várias hesitações, os sete concordam e começa o desenrolar de uma série de peripécias. Entre entradas e saídas de palco, trocas de roupa e grande dinamismo, a história que é uma autêntica montanha-russa de emoções e causa várias gargalhadas coletivas na plateia.

Traição e divórcio são as temáticas centrais abordadas pela peça, que não perde a oportunidade de fazer críticas à sociedade. Paixão, sexismo, mudanças e conformismo, crescimento dos filhos e desejos de parentalidade, segredos, sexualidade e homofobia são alguns dos vários tópicos colocados em cima da mesa de jantar.

Depois de confrontos, discórdia, choro e revelações, “Perfeitos Desconhecidos” termina com uma enorme ovação da plateia. As reviravoltas da peça de teatro produzida pela Força de Produção continuam a ser mostradas pelo país. As próximas paragens da digressão são no Centro Cultural de Lagos e no Centro de Artes de Águeda.