No final de 2021, o RSI chegou a 205 mil beneficiários.

O Rendimento Social de Inserção (RSI) tem vindo, lentamente, a aproximar-se dos valores do período pré-pandemia. Em dois anos, o valor mais alto verificou-se, em maio de 2021, com 216 mil beneficiários, valor semelhante a março de 2019. Em dezembro de 2021, decresceu para 205 mil beneficiários.

O sociólogo Fernando Diogo adianta ao jornal Público que os valores se encontram acima dos 200 mil beneficiários, “cerca de cinco mil beneficiários acima dos valores pré-pandemia”. No entanto, observa-se uma trajetória decrescente pelo que “é possível que retomemos o ritmo da queda que vínhamos observando”, antecipa. Um mês antes da pandemia ter sido declarada, em fevereiro de 2020, os beneficiários tinham diminuído para 199.884. Porém, assim que começaram os confinamentos, esse valor subiu até ao máximo de 216 mil beneficiários.

Fernando Diogo associa esta queda recente do número de beneficiários do RSI à mudança na economia, especialmente devido à diminuição do desemprego. “Aquelas pessoas que ingressaram no RSI por via do desemprego causado pela pandemia parecem estar a conseguir sair”, explica o sociólogo com base na mais recente síntese estatística do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS).

Em termos homólogos, os dados relativos a dezembro de 2021 registam uma redução de 2%. No final do ano passado, o valor médio da prestação de RSI por família estava nos 260,96 euros (119,58 euros em média por beneficiário). “Esta prestação média corresponde a 21,6% do limiar da pobreza, ou seja, qualquer ingresso destas pessoas no mundo do trabalho retira-as logo do RSI, mas não as retira da pobreza”, sublinha o sociólogo.

Quanto ao perfil dos beneficiários, não se verificaram grandes alterações: os menores de 18 anos constituem 32,4% do total e as pessoas com 50 ou mais anos 29,2%, sendo que mais de metade (52,1%) é do sexo feminino.