Three Dimension Deep, o primeiro álbum da cantora nova-iorquina Amber Mark, foi lançado a 28 de janeiro. O nome do projeto fala por si e demonstra a preocupação da artista em abordar três distintas dimensões: as suas inseguranças, a sua autodescoberta e, finalmente, o encontro com o amor-próprio.

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Baseadas na vida, no amor e na arte, encontramos, em Three Dimensions Deep, 17 faixas que percorrem o total de uma hora de sons ligados ao R&B, afropop, soul, hip-hop, house e funk. A extensa composição musical mostra, então, não só a versatilidade vocal da nova artista, como também nos leva a uma estética visual cósmica e até mágica, que dá identidade à cantora e cativa o público.

O álbum abre portas com “One”, uma música com batidas calmas que flui sobre o estilo do hip-hop e contém pequenas amostras de soul. Aqui, Mark foca-se, como esperado, na dimensão das suas inseguranças, revelando a sua vulnerabilidade e referindo “É difícil lidar com estas coisas. Não sei se vou conseguir superar isto e se sou boa o suficiente”. A artista aproveita, ainda, para deixar a sua marca, recorrendo à importância da sua família, especialmente da sua mãe, a quem diz “Eu só quero que estejas orgulhosa de mim aí em cima”.

“Most Men” e “Healing Hurts” aparecem seguidas no álbum e, apesar de falarem ambas de uma relação amorosa, demonstram mensagens e batidas completamente distintas. “Most Men” desenrola-se lentamente e, com acordes de órgão e uma voz doce, dá lugar a uma batida descontraída e dançante com uma letra que aborda a questão atemporal da infidelidade e da necessidade de superação. Já em “Healing Hurts”, Mark desfaz tudo o que disse anteriormente e admite não conseguir passar pelo processo de superação da pós-relação. Com laivos de R&B e suaves harmonias em coro, a artista não varia muito nas batidas, deixando que a música se acabe por tornar uma balada desinteressante.

Ao percorrermos as outras dimensões, vamos ouvir faixas mais dançantes e, até mesmo, com estilos derivados da herança jamaicana da cantora. É o caso de “Bubbles” e “Sofly”, temas que deixam transparecer uma grande  sensualidade e espiritualidade, Já em “Foreign Things”, a artista apresenta um ritmo acelerado e vibrante, passando, na sua letra, mensagens positivas que vão ao encontro da sua última dimensão: o amor-próprio. Com um pouco de pop e R&B, esta faixa junta-se a outras, como por exemplo, “Worth It” e entra na lista das mais apreciadas do projeto.

Para encerrar, Mark escolhe “Event Horizon” e cria, mais uma vez, a oportunidade de mostrar o seu talento e propósito artístico. Diferente de todas, esta faixa é muito mais ligada às harmonias do que à letra. Acompanhada por sons de harpa, guitarra e piano, os acústicos da cantora deixam o ouvinte emergir num mundo fantasioso e angelical que sumariza o sentimento de todo o álbum.

O primeiro álbum da artista, Three Dimensions Deep, é uma ótima escolha para quem gosta dos estilos R&B,hip-hop e soul e é, do ponto de vista da cantora, a forma mais direta que esta encontrou para revelar a sua essência e deixar a sua marca no mundo da música enquanto nova artista. Amber passou a mensagem fundamental da transformação, demonstrando que a sua dor virou leveza, ainda que a trajetória tenha sido feita de altos e baixos.