O espetáculo foi o segundo a ser realizado em território nacional na tour europeia do artista.
No último sábado, 5 de março, o jovem norueguês trouxe a Braga o seu mais recente álbum. Após o cancelamento dos espetáculos marcados para 2020, boy pablo regressou em grande para um público bastante entusiasmado.
Os primeiros a subir ao palco foram os americanos Inner Wave, para um curto concerto de abertura. Ainda que as atenções da noite estivessem focadas no que viria a seguir, a banda californiana foi recebida de braços abertos por uma plateia cheia de energia. A boa disposição contagiante de Inner Wave descolou toda a sala dos seus assentos, preparando o Theatro Circo para a atuação principal.
Boy Pablo subiu então ao palco, com a banda composta pelo irmão mais velho e dois amigos. Juntos, aproveitaram a inércia da atuação de abertura e encheram os ouvidos de um público que se revelou ligeiramente envergonhado num momento inicial. Depois de um gentil “you’re very quiet”, em tom amigável, a vergonha desvaneceu num piscar de olhos.
Tocando sobretudo temas saídos de “wachito rico” (2020), houve também espaço para várias músicas dos seus trabalhos anteriores. Sons como “Everytime” e “Dance, Baby!”, os seus primeiros hits internacionais, levantaram muitos pés do chão, mas não foram os únicos. Apesar da euforia geral, fez-se silêncio na sala quando Nico Muñoz – nome real do vocalista – explicou que a canção que se seguiria foi escrita sobre o divórcio de um amigo. Ouviu-se então “te vas // don’t go”.
Antes de Nico se sentar na bateria para tocar “ur phone”, num mashup com “Roar” de Katy Perry, a banda disse estar perante “a audiência mais educada” que já tinham encontrado. Engana-se quem achar que o título se devia à falta de energia do público, que era imensa. As várias piadas soltadas ao longo do concerto continuaram na introdução a “mustache”, tema que teve origem na desilusão do vocalista não conseguir crescer um bigode.
Num concerto que boy pablo terminou já sem camisola, a banda deixou o palco sob fortes aplausos de uma plateia que pedia “só mais uma”. O desejo foi concedido e o espetáculo terminou de vez com “i <3 u”, à luz das lanternas dos telemóveis de toda a sala. Ao fim de uma hora repleta de música, gargalhadas e braços no ar, a banda teve direito a uma ovação entusiástica e houve ainda tempo para que Nico recebesse uma lembrança de um membro do público.