O objetivo passa por criar "uma incubadora de arte e cultura, onde possam nascer negócios ligados a estas áreas".
Quatro jovens artistas querem voltar a dar vida ao centro comercial 1º de Maio, através da criação de uma residência artística, que, por sua vez, pretende fazer germinar cultura em Viana do Castelo. Na verdade, o projeto, chamado “Andaime de Maio”, foi o vencedor da edição 2021 do concurso “Viana Jovens com Talento”, promovido pela autarquia vianense, e entra em ação já no próximo mês de maio.
Gil Monteverde, um dos quatro jovens promotores do projeto, confessou à agência Lusa que o centro comercial 1º de Maio é “um edifício extremamente central, com enormes potencialidades, em bruto, por explorar e que está em completo desuso”. Sendo assim, avançou a vontade de “recapitalizar, re-imaginar, reativar o espaço de uma forma não convencional, através de uma intervenção cultural”. Desta forma, segundo Gil Monteverde, um dos objetivos do “Andaime de Maio” passa, precisamente, “por transformar o centro comercial numa incubadora de arte e cultura, onde possam nascer negócios ligados a estas áreas, ocupando as lojas vazias e dando vida a um espaço praticamente abandonado”.
Todos os elementos da organização da residência artística nasceram e cresceram em Viana do Castelo, mas vivem noutras cidades, das quais beberam inspiração. “Em Viana do Castelo não há oferta cultural e não há oportunidade de trabalho nessa área. Por esse facto, tivemos de nos deslocar para outras cidades e, nessas cidades, reparámos que os centros comerciais antigos, como o centro comercial da Cedofeita, no Porto, estão a dar oportunidade a outros tipos de comércio, não convencional, mais ligado à cultura. Gostávamos de implementar o mesmo tipo de lógica em Viana do Castelo”, afirmou o jovem.
Com o sonho prestes a tornar-se realidade, a residência artística, que vai decorrer entre 14 de maio e 31 de julho, no centro comercial 1.º de Maio, incluirá a realização de 19 concertos, 11 conversas, seis performances, oito oficinas, três sessões de cinema e quatro exposições. O jovem Gil Monteverde adiantou ainda que as conversas vão abordar vários temas, “desde a história do centro comercial, a inclusão de culturas marginais, o futuro da cultura na cidade”. Por sua vez, os concertos contarão com a participação de artistas locais “e, para impulsionar novos públicos na cidade e converter Viana do Castelo num polo cultural visível a outras cidades, chamamos vários artistas de Lisboa, Porto, Barcelos e Guimarães”, referiu.