"Dói, a propina dói!" foi um dos cânticos ecoados pelos alunos.
Os alunos da Universidade do Minho (UMinho) também marcaram presença na manifestação estudantil nacional que na última quinta-feira, dia 24 de Março, concentrou mais de mil estudantes na Assembleia da República. Casando o Dia Nacional do Estudante com a celebração dos 60 anos desde a crise estudantil, os alunos voltaram a sair à rua, já não para combaterem a ditadura, mas “carregados” de reivindicações para um ensino superior melhor.
“Com a implementação de regimes fundacionais nas faculdade, os estudantes perderam representatividade nos vários órgãos de decisão e foram substituídos”, afirma Gabriel Costa, secretário da meda da associação de estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH). Assim, numa altura em que a sua voz tem sido silenciada, os estudantes querem ser ouvidos pelo Governo e pelos deputados.
Também, para Daniel Tadeu, presidente da Mesa da Assembleia Magna, “a maior homenagem que pode ser prestada a todos aqueles que se sacrificaram nas lutas das década de 60 passa por continuar a reivindicar liberdade no acesso à educação”. “Se foi pela luta que lá fomos é pela luta que lá vamos” acrescentou.
Os alunos marcharam desde a Praça do Rossio e do Terreiro do Paço até à Assembleia da República. Nem a chuva, nem o contingente policial da Polícia de Segurança Pública (PSP) desmotivaram os jovens a entoar os seus cânticos. “A educação é um direito, sem ela nada feito!”, “Ação. Ação. Ação Social não existe em Portugal”, “Não é só um caso, são milhares de estudantes com bolsas em atraso”, foram alguns dos ouvidos.
O protesto foi convocado pela Académicas, um movimento de Associações Académicas de todo o país. Para além da Associação Académica da academia minhota, outros signatários do movimento foram a Universidade de Coimbra, dos Açores, de Aveiro, da Beira Interior, de Évora, da Madeira e de Trás-os-Montes e Alto Douro.