O Grande Auditório recebeu o one man show de comédia no último sábado, dia 5 de março, com sala praticamente cheia.

Uma sessão espírita coletiva com Pai Adamastor é a base da peça da autoria de Miguel Falabella. A nova versão do “monólogo mais visto da história do teatro português”, segundo a produtora Força de Produção, fica a cargo de Joaquim Monchique. O espetáculo sobrenatural, “Paranormal”, está em digressão pelo país.

Em palco está uma cadeira branca de um lado, uma cadeira preta do outro e um banco preto no meio. No fundo estão paredes pretas e há ainda fumo. A cenografia minimalista de Joaquim Monchique e Rui Filipe Lopes e os desenhos de luz de Luís Duarte completam-se e criam a atmosfera perfeita para o que vai acontecer em palco.

Em qualquer outro espetáculo as palmas são no fim, mas neste, ouvem-se no momento em que Monchique surge em cena. Uma ovação que perspetiva o espetáculo que se seguia. Entre muitas gargalhadas e interações com o público bracarense, o ator encarna o sensitivo paranormal Pai Adamastor. Depois, individualmente, surgem as mais de 12 personagens da insólita consulta isotérica.

Pai Adamastor ajuda os seus pacientes a conectarem-se com alguém cujo paradeiro é desconhecido. O isotérico tem ainda o dom de encarnar essas pessoas em si mesmo. Para tal, precisa de um objeto da pessoa procurada para realizar a conexão. A primeira a recorrer ao sensitivo é Conceição, que procura o seu marido desaparecido, Alfredo. Esta conexão é realizada com sucesso através de um sapato do marido. Alfredo explica que abandonou a família porque é homossexual e Celeste fica muito alterada. Depois de ouvir a voz de Edu, o novo companheiro de Alfredo, a esposa atira o sapato. Tal ato causa uma explosão cósmica que faz com que Pai Adamastor perca o controlo entre as ligações. Assim começa uma extraordinária jornada ao sobrenatural.

As ligações misturam-se e conexões novas surgem constantemente. As personagens e respetivas histórias que entram nesta viagem são várias. Duas velhas amigas, uma mulher que fugiu com a fortuna do marido e uma vítima de sequestro, são algumas delas. Será que Pai Adamastor vai conseguir voltar a controlar as ligações e ajudar todas elas?

“Paranormal” continua a digressão pelo país, com espetáculos já esgotados. Até ao final de março, a peça apresenta-se na Póvoa de Varzim, Barreiro, Estarreja e Lagos.