Tem-se verificado um número crescente de refugiados ucranianos a chegar a Portugal, vindos dos países fronteiriços da Ucrânia.
Entre 9 e 10 de março, registou-se a chegada de, pelo menos, mil refugiados a Portugal que estavam em Varsóvia, na Polónia. Na noite desta quinta-feira, partiu também um avião vindo da capital polaca com destino a Portugal com “algumas dezenas” de pessoas, entre as quais recém-nascidos e idosos.
O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, adiantou à TSF que, neste momento, o fluxo “ultrapassa claramente as mil pessoas”. O responsável pela gestão do processo de saída na Polónia explicou que está a ser desenvolvida “uma estrutura de alojamento que é de coordenação pública, mas que é essencialmente uma estrutura de resposta portuguesa em que a sociedade civil se empenhou fortemente”. Confessou ainda que este não é um momento de otimismo.
O político português lamentou que, face à estimativa da UNICEF de oito milhões de refugiados, apenas dois milhões terão conseguido passagem. Eurico Brilhante Dias revelou que a última quarta-feira “foi o dia com maior fluxo de passagem da Ucrânia para a Polónia e que este tem vindo a aumentar”.
“Acima de tudo, tem vindo a aumentar cada vez mais com cidadãos ucranianos que têm mais necessidades de apoio. A leitura feita é a de que primeiro saíram as pessoas com mais condições financeiras, que tinham mobilidade, carros, caravanas e forma de sair. Progressivamente, estão a chegar as pessoas com mais dificuldades financeiras e com mais necessidade de apoios”, sublinha.
Algumas autarquias portuguesas e entidades privadas estão a recolher pessoas na Ucrânia, transportando-as para Portugal. Nesta altura, Portugal não impõe qualquer limite ao número de refugiados a acolher. Nesse sentido, algumas organizações conseguem receber perto de 20% da população ucraniana – cerca de 44 milhões de pessoas.