O subfinanciamento das instituições de ensino superior foi o principal problema apontado.

Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho (UMinho), aproveitou a cerimónia de celebração dos 40 anos da Escola de Economia e Gestão (EEG) para advertir para a situação de escassez financeira da instituição. Segundo o reitor, a universidade deve ser cautelosa nos seus investimentos pois o conflito entre a Rússia e a Ucrânia traduz-se na incerteza em relação ao Orçamento de Estado para 2022.

A academia minhota estava a “trabalhar numa perspetiva de que o Orçamento de Estado, para as universidades, traria aumentos de financiamento relativamente ao que aconteceu em 2021”, anunciou Rui Vieira de Castro. No entanto, dados os acontecimentos atuais, o superior destaca a necessidade de, em primeiro, “estar atentos” e, em segundo, “ser previdentes”. “Não se pode hipotecar o futuro porque não se sabe o que vem aí”, frisou.

O subfinanciamento das instituições de ensino superior foi o principal problema apontado por Rui Vieira de Castro. O dirigente lamentou que a UMinho, que recebeu neste ano letivo mais de 20 mil alunos, continue com o mesmo financiamento público de quando acolhia 15 mil estudantes. Na falta de recursos, o reitor pede “uma abordagem cautelosa dos investimentos a fazer” e apela a “coragem para definir prioridades”.

“Dificilmente podemos falar, nos últimos anos, de políticas para as instituições de ensino superior”, constatou o superior, assumindo o compromisso da instituição de responder à procura da sua oferta formativa. O aumento de encargos resultante da integração de trabalhadores técnicos, administrativos e de gestão não ajudou na equação. A par disso, conjuga-se a inflação consequente da tensão entre a Rússia e a Ucrânia.

O responsável da academia minhota revelou, ainda, que a despesa do fornecimento de gás triplicou, pelo que foi necessário renegociar o contrato. Admitiu que a UMinho fica, assim, em risco e acrescentou que “as universidades não vão ficar imunes”, dado já se começar a sentir “os efeitos gravosos que decorrem do conflito”.

Esta semana, vai decorrer uma nova reunião do Conselho de Gestão de forma a acompanhar os acontecimentos recentes. Ademais, na próxima segunda-feira, 14 de março, está agendada uma reunião com os presidentes das unidades orgânicas com o objetivo de discutir o início da reforma estatuária que vai alterar o modelo organizacional da academia.