Os participantes vão poder encarnar o papel de delegados de vários países.

O Centro de Estudos do Curso de Relações Internacionais (CECRI) organizou, para toda a comunidade académica, mais uma Simulação das Nações Unidas (SIM’ONU 2022). O ComUM esteve à conversa com José Almendra, aluno de Relações Internacionais e diretor de Simulações, numa antevisão que diz ser o “maior evento de debates organizados pela CECRI”. A ter lugar no campus de Gualtar da Universidade do Minho, de 7 a 9 de março, a SIM’ONU conta já com doze edições.

Segundo José Almendra, esta atividade “surgiu em consonância com aquilo que é o curso de Relações Internacionais”, sendo, assim, um espaço onde os “alunos podem saber o que é representar um país, posições de poder e interesses, de forma a terem esse contato com o futuro”.

Dada a grande afluência de participantes esperada, “não vai haver um Conselho de Direitos Humanos e um Conselho de Segurança” reunidos numa Assembleia Geral. No entanto, vai haver dois Conselhos de Segurança que vão dar a “oportunidade a todos os alunos de debater um tema do seu interesse e na sua área de estudo”, afirma o aluno.

José Almendra declara que, com a “boa adesão” à iniciativa, espera “personalidades fortes com ideias muito convictas”. O aluno espera, ainda “um debate muito aceso e forte”, por serem assuntos “hight politics e de extrema importância para os países”.

Apenas a Assembleia Geral vai ser aberta ao público. “Nesta atividade vai ser possível assistir às votações que ocorrem na ONU, na NATO e na União Europeia, tendo a oportunidade de conhecer o processo que leva à tomada de decisão nesta atividade”, explica José Almendra. Apenas alunos de Relações Internacionais “que pretendam seguir um caminho diplomático” vão poder participar na Simulação.

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia vai ter um maior destaque nos debates da SIM’ONU 2022. Segundo o diretor de Simulações, vão decorrer debates que vão adotar uma “abordagem temporal”, recuando para a origem do conflito. Assim, no segundo dia do evento, vão ser debatidas as “tensões na Rússia” bem como, o “reconhecimento das regiões de Donetsk e Lugansk enquanto Estados soberanos por parte da Rússia”, escalando para a situação atual de guerra.

José Almendra destaca, por fim, a importância de os “alunos de Relações Internacionais participarem nesta atividade”, pois vão poder “sentir a pressão e a pele de galinha ao representar um país”. A iniciativa pretende, assim, colocar os alunos no papel de diplomatas e outros representantes do Estado, confrontando-os com o “grande dilema moral que é representar posições e defender interesses que não correspondem aos seus”.