A nova adaptação cinematográfica do jogo Uncharted chegou aos cinemas no dia 17 de fevereiro. Realizado por Ruben Fleischer, o filme conta com a presença do novo ator de sucesso Tom Holland e a lenda Mark Wahlberg numa aventura ligada a uma “caça ao tesouro”.

Apesar de ser uma adaptação de um jogo, não é necessário ser um jogador para conseguir perceber a origem da sua inspiração. A obra envolve caçadores de tesouros que roubam ouro antigo, mas o maior roubo verifica-se nas semelhanças que esta tem com longas-metragens como Indiana Jones (1981 – ) e Piratas das Caraíbas (2003 – ). Não é uma adaptação direta da bastante conhecida série de jogos Naughty Dog, mas sim uma nova premissa de origem para o personagem Nathan Drake.

Conhecemos Drake, personagem principal, na sua juventude, a entrar secretamente num museu para roubar o mapa do mundo de Fernão de Magalhães. Este roubo acaba por correr mal e o seu irmão mais velho sai do orfanato, deixando Nathan a crescer sozinho. O personagem, eventualmente, adota a profissão de barman arrogante que se aproveita das joias das mulheres com quem namora.

Tom Holland interpreta Drake quando este se encontra mais velho e fá-lo com a sua habitual sinceridade simpática, o que o torna divertido de observar, mas absolutamente pouco convincente como um carteirista calculista. Ainda assim, Mark Wahlberg, como Victor Sullivan, acredita na personalidade de Drake e aparece no bar uma noite para o recrutar. Quando damos por nós, a dupla anda por todo o mundo a resolver puzzles e a descobrir pistas antigas, com desafios pela frente.

Se isso soa divertido, a versão não polida de Drake interpretada por Holland passa a maior parte do seu tempo a cair em várias desventuras. O continuamento do filme demonstra-se deliciosamente estúpido e interessante, trazendo um sucesso de bilheteira. No entanto, a obra cinematográfica tem demasiadas semelhanças com outras igualmente populares. Isso acaba por não trazer nada de novo à audiência e pode levar a uma certa desilusão.

Os cineastas não fazem qualquer tentativa de esconder este roubo lúdico e mencionam continuamente ao longo do filme as semelhanças com Indiana Jones, o que faz parecer com que estejam a protestar demasiado. No final, Uncharted mudou para o modo Pirata das Caraíbas, mas traz também a sua própria reviravolta.

A exuberância de Tom Holland e Mark Wahlberg, os efeitos fantásticos e a coreografia de acrobacias maliciosas mantêm as coisas bastante agitadas e eventualmente o público consegue sentir uma certa apreciação por esta adaptação. Neste sentido, Uncharted pode roubar ideias a  uma variedade de filmes clássicos, mas é um crime inofensivo e agradável.