Originalmente lançado como uma minissérie, o filme sueco estreou nos cinemas em 1974. Cenas da Vida Conjugal é definitivamente uma das obras mais famosas do realizador Ingmar Bergman.

Cenas da Vida Conjugal segue a história do casal Johan e Marianne enquanto navegam as várias peripécias do seu casamento. A longa-metragem ficou internacionalmente conhecido pela sua demonstração realista e intimista do que são os problemas conjugais.

A narrativa está dividida em seis partes, sendo cada uma correspondente a um episódio da versão original em minissérie. A grande maioria das cenas da obra cinematográfica são diálogos entre Johan e Marianne. Por essa razão, a química entre os dois atores principais foi essencial para transmitir as complexidades da relação do casal. Os diálogos apresentam um caráter reflexivo e levantam questões relacionadas com o amor, o casamento, a vida adulta e a infidelidade.

No que toca ao enredo, este desenvolve-se a um ritmo lento, com cenas longas cheias de diálogo e com pouca ação. Por vezes, o desenrolar mais lento dos acontecimentos pode levar a momentos mais parados onde parece que a história não desenvolve. Exige do espetador um maior exercício de atenção do que o habitual.

Em termos de cinematografia, ao longo do filme são utilizados alguns planos de câmara que transmitem uma sensação de voyeurismo, como se estivéssemos a espiar a vida deste casal. Contribuem também para criar um ambiente intimista caseiro e para criar uma maior empatia do público perante as personagens.

Concluindo, Cenas da Vida Conjugal é um retrato realista e intimista das complexidades de um casamento. A forma como aborda vários temas, como por exemplo o divórcio, fez com que se tornasse numa longa-metragem impactante para a época em que estreou. No fundo, esta obra cinematográfica pode ser definida como uma visão madura e adulta sobre o matrimónio, que não pretende ser mais do que um retrato realista daquilo que são os problemas conjugais.