Hoje, dia 16 de abril, celebramos o Dia Mundial da Voz. Assim, o ComUM preparou uma lista de algumas das melhores vozes portuguesas da indústria musical. Relembrem, em baixo, alguns dos artistas, recentes e contemporâneos, que mexem as cordas vocais para nos mexer com as emoções.
Amália Rodrigues
Para sempre recordada como a maior voz do Fado, Amália Rodrigues é um talento imortal. Mesmo tímida, começou em criança a cantarolar músicas populares que ouvia pelas ruas lisboetas. A grandiosidade da fadista já era incontestável. Cantou, de corpo inteiro, poemas clássicos e outros de sua autoria nos maiores palcos internacionais. Em êxitos como “Uma Casa Portuguesa” (1953) e “Cheira a Lisboa” (1972), sentia e louvava cada palavra com a sua delicadeza e rebeldia tão características. Com o último suspiro, Amália eternizou a sua carreira aos 79 anos com mais de 30 milhões de cópias vendidas e performances inesquecíveis e apaixonadas.
Salvador Sobral
O artista português Salvador Sobral desde cedo se habituou à música. Contudo, o seu verdadeiro sucesso começou depois de ter trazido a primeira vitória portuguesa do Festival da Eurovisão, em 2017, com o tema “Amar Pelos Dois”. O vocalista viveu alguns percalços, inclusive um problema cardíaco, mas isso não o parou. Hoje tem alguns álbuns lançados, de grande sucesso, como Paris, Lisboa (2019) e BPM (2021), onde canta em português, inglês, espanhol e francês.
Simone de Oliveira
Simone Oliveira é uma diva com uma voz arrepiante, sublime e teatral. Mulher de coragem e protagonista na sua essência, a artista exaltou emoções tenebrosas, junto ao coração, em sinfonias orquestrais de excelência. Com pouco mais de vinte anos, venceu o célebre Festival da Canção com a interpretação encantadora de “Sol de Inverno” (1965) para representar Portugal no concurso da Eurovisão de 1965, em Nápoles. Quatro anos depois, regressou ao mesmo concurso para mais uma tentativa com a eterna e grandiosa canção “Desfolhada Portuguesa” (1969). Desde aí, colecionou 65 anos de sucessos, série de espetáculos e enalteceu o património musical português. No dia 29 de março deste ano, Simone decidiu despedir-se dos palcos com 84 anos, mas o seu ilustre génio musical irá pairar no tempo.
Diogo Piçarra
A música portuguesa tem recebido novos talentos na última década que enriqueceram a indústria. Entre estes destaca-se de forma notória, Diogo Piçarra. O artista tem vindo a ganhar notoriedade desde 2012, após vencer o programa Ídolos, encontrando-se sempre nas tabelas musicais mais ouvidas do momento. O seu estilo e timbre irreverentes apaixonaram tanto portugueses, como os públicos internacionais. Por este motivo o artista foi condecorado, em 2021, com o prémio de Best Portuguese Act dos prémios MTV EMAs. O artista oferece faixas bastante diversificadas e surpreendentes, mostrando ser um nome promissor no mundo da música. O seu percurso mostra, assim, um legado que vai deixar marcas na cultura portuguesa e na música como um todo.
Marisa Liz
Mais conhecida como a vocalista da banda Amor Electro, Mariza Liz dá vida e fulgor a cada tema que interpreta. Começou por descobrir o brilho da sua voz em cantorias de grupos infantis e participações em programas televisivos. “A Máquina” (2011) despertou o país, em melodias pop-rock, com a sinceridade e ousadia amadurecidas de Marisa. Cheia de energia, glória e emoção, seguiu-se “Rosa Sangue” (2011) e estes dois temas juntos elevaram a artista ao seu auge artístico. Eclética no gosto e dedicada, as atuações da cantora aprofundam e seduzem os sentimentos mais fortes e cruéis com a sua inconfundível flexibilidade vocal a par de gestos esvoaçantes.
António Variações
Filho de camponeses, António Ribeiro teve uma vida versátil. Dos trabalhos como caixeiro, aprendiz de escritório, o serviço militar em Angola e outras aventuras no estrangeiro, acabou por se estabilizar como barbeiro em Lisboa. Contudo, a sua paixão verdadeira era cantar. Rapidamente começou o grupo Variações, e o seu nome artístico António Variações. Entre hits como “Estou Além” e “O Corpo É Que Paga”, chamou à atenção pelos seus visuais excêntricos e presença dinâmica em palco. O artista de vocais inesquecíveis acabou por perder a vida numa luta contra a SIDA em 1984, mas continua a viver nos corações dos portugueses.
Bárbara Bandeira
Aos nove anos já participava no programa Uma Canção Para Ti e em 2012 gravava um tema com o seu pai, Rui Bandeira. Os palcos nunca foram algo estranho para Bárbara Bandeira e, nos últimos anos, tem vindo a ganhar o seu lugar marcado na indústria musical portuguesa. Começou a fazer música para as camadas mais jovens, mas tem vindo a experimentar atingir adultos, através de músicas com temas arrojados. Acumula hitsde grande sucesso como “A Última Carta”, colaborações diferentes e prémios de grande relevância como o Prémio Revelação dos Globos de Ouro, em 2018. A artista será, também, a embaixadora portuguesa do Spotify até Junho.
António Zambujo
António Zambujo provou que, hoje em dia, ainda é possível ter sucesso com o canto alentejano. Em 2019 reconheceram a sua perícia musical e convidaram-no a ser mentor do programa The Voice Portugal. O artista acumula prémios de grande nome e até uma nomeação para um Grammy Latino. Entre o seu repertório destacamos “Pica do 7”, “Zorro”e “Se Já Não Me Queres”. A sua voz profunda mas suave continua a aquecer o coração do país e a mostrar que somos muito mais que um só género.
Mariza
Mariza é, sem dúvida, o nome mais sonante do fado contemporâneo. Apesar de o género da artista ser tipicamente português, não lhe têm faltado presenças em grandes palcos pelo mundo fora. Paris, Sidney, Los Angeles, Nova York, são só alguns dentro da coleção de Mariza. Considerada pelo The Guardian “uma diva da música do mundo”, é mais conhecida por sucessos como “Melhor de Mim” e “Ó Gente da Minha Terra”. Podemos, certamente, afirmar que o sucesso da fadista portuguesa é tão grande quanto a sua extensão vocal.
Rui Veloso
Apesar de nascido em Lisboa, Rui Veloso é um portuense de corpo e alma. Desde cedo, começou a ligação com a música com algumas experiências com uma harmónica. Foi aos 23 anos que lançou o seu primeiro álbum de grande sucesso, Ar de Rock (1980). Apesar de já ter 64 anos, o se legado não deixa de ressoar em todas as festas portuguesas. Aliás, não há cidadão que não saiba, de trás para a frente, todas as palavras da música “Anel de Rubi”.
Artigo por: Catarina Magalhães, Lara Inês Freitas e Leonor Alhinho