Candidatura para o financiamento foi submetida pela UMinho em dezembro de 2021 e aprovada no passado dia 21 de abril.
O novo Centro Audiovisual e Multimédia da Universidade do Minho (UMinho) é um projeto que está no papel há quase duas décadas, mas que só agora vai ser materializado. O edifício vai se situar no Instituto de Educação do campus de Gualtar, em Braga, e prevê-se que tenha uma área total de 500 metros quadrados e três pisos funcionais. O investimento vai ultrapassar 1.3 milhões de euros.
Para Madalena Oliveira, vice-presidente do Instituto de Ciências Sociais (ICS), é com alegria que vê “um velho sonho” começar a ganhar forma. Segundo a docente, o Departamento de Ciências da Comunicação (DCC) “tem há muito a consciência da necessidade de uma estrutura que favoreça o desenvolvimento da indústria criativa, assim como a aquisição de competências que respondam aos desafios do mercado em termos de produção de conteúdos multimédia, audiovisuais e conteúdos interativos, hoje essenciais para os processos de comunicação”.
Desta forma, com a melhoria das condições às atividades pedagógicas, novas “possibilidades” e “oportunidades para o exercício da criatividade” vão se abrir para os alunos. Estes que vão poder deixar as atuais instalações improvisadas que, segundo a docente, são uma limitação do “trabalho e exercício com os estudantes, apesar de se conseguirem desempenhos de qualidade”.
A responsável acrescenta que o espaço vai estar disponível a toda a academia, mas vai também ao encontro de projetos emergentes de iniciativa privada, ou produtores independentes. O campo das possibilidades amplia-se ainda, na medida em que vai ser “também viável abrir o espaço à prestação de serviços à comunidade” e ao desenho de metodologias pedagógicas, por exemplo, adaptadas ao ensino a distância e às necessidades emergentes. Vai ser possível também a dinamização de “cursos de curta duração, orientados para determinado tipo de profissionais”.
Para além disso, com as novas instalações, Madalena Oliveira acredita na possibilidade de retomar o projeto de criação de um curso de Cinema. Pretensão que tem sido sucessivamente adiada, “porque tem que haver recursos tecnológicos que apoiem as atividades para que se prepara um cineasta ou um realizador ou um sonoplasta”, explica. “Não faria sentido reduzir uma licenciatura deste tipo a uma vertente exclusivamente teórica e, para a vertente prática, são necessárias condições materiais”.
Para recordar, em 2002/2003 foi descontinuado o pequeno estúdio na residência universitária de Santa Tecla, em Braga, com a promessa de se instalar um novo, com melhores condições, no campus de Gualtar. Contudo, este anseio foi sendo adiado por diversas razões, nomeadamente financeiras.
Em 2016, o projeto de arquitetura do novo Centro Audiovisual e Multimédia ficou pronto. No entanto, o desafio passou por encontrar formas de financiamento para a construção. Entre 2019 e 2020, em resultado de reuniões com o pró-reitor para as Infraestruturas, o processo foi retomado. Depois disso, “foram acertadas as condições para avançar com a obra”.
O concurso público e a respetiva concessão da empreitada de obra estrutural permitiram começar, em setembro de 2021, as obras de transformação do edifício, que compreendem intervenções de arquitetura, de acústica, de instalação elétrica e de sistemas de comunicação. Só depois o espaço vai poder ser equipado com tecnologia para a produção e realização audiovisual e multimédia.
Prevê-se que o edifício seja constituído por um estúdio de produção audiovisual, com zona de produção com chroma key e outra zona com adaptação para cenários. Também, dois estúdios de rádio e salas de locução, duas zonas de pós-produção (para áudio e vídeo), uma redação, uma sala de maquilhagem, uma régie, uma sala multifunções e duas salas de trabalho/formação. Para além disso, vai possuir uma zona de receção, áreas de apoio, arrumos e bastidores.