Tears for Fears apresenta novo álbum The Tipping Point, após 18 anos sem novos conteúdos, contando já com sete álbuns de estúdio lançados. A compilação destaca, de uma forma desprotegida, os desafios da meia-idade e da sensibilidade vivida.
A banda britânica de rock e new-wave foi fundada por Roland Orzabal (na voz e guitarra) e por Curt Smith (na voz e no baixo) em 1981. Anteriormente, já tinham tido a dupla Gradute, que acabou por se separar. O nome da dupla foi inspirado no psicólogo Arthur Janov, pela ligação da banda a temas mais profundos.
Num primeiro momento a banda era apenas focada no new-wave e tema alegres como se se tratasse de uma “camuflagem” do mundo cinzento em que vivam. Mais tarde expandiram-se para o rock e pop, onde viram uma porta aberta para um mundo mais colorido.
The Tipping Point, o primeiro álbum da dupla em 18 anos, aparece de uma forma muito espiritualizada e conectada à banda. “No Small Thing” é o primeiro tema, tema que cresce em harmonia, vozes e instrumentos, criando uma atmosfera inicialmente acolhedora, mas que se vai tornando sombria. Trata-se de uma canção de folk focada na melancolia e acompanhada da voz de Roland Orzabal. “The Tipping Point” é um tema misterioso e que deixa a desejar por mais, por tão integrante e pessoal que é. Dos melhores temas que a banda poderia ter feito.
“Long, Long, Long Time” e “Break the Man” mantêm o ritmo envolvente numa junção de harmonias, sintetizadores e um bom pop. São mais elétricas, e isso fica transmitido em cada segundo que passa. “My Demons” é o tema mais robótico do álbum e, provavelmente, dos favoritos entre a compilação. Entra num universo forte e pouco esperado. É, nada mais nada menos, do que rock.
“Rivers of mercy”, “Please Be Happy” e “Master Plan” são as únicas baladas do projeto destacando-se pela intensidade tão marcada e cativante. Não ficam nada atrás dos restantes temas, principalmente “Rivers of mercy”, com um toque teatral e até cinematográfico. “End Of Night”, por sua vez, inicia-se com um ritmo elétrico e expande-se para um refrão focado nos back-vocals e sintetizadores. O new wave regressa.
Os dez temas têm uma ligação bastante bonita e fluída. “Stay” é o último single e não podia ser mais adequado. Numa demonstração simples com guitarra, voz e algum ritmo, a banda demonstrou com sucesso a mensagem pretendida, estão de volta e para ficar. The Tipping Point é um turbilhão de emoções representados em quase 43 minutos.
Artista: Tears for Fears
Álbum: The Tipping Point
Editora: Concord
Data de Lançamento: 25 de fevereiro de 2022