O produtor e realizador britânico Martin Dale é o autor dos quatro vídeos selecionados.

Ecovia Cávado Homem, André Soares, Arcos de Valdevez – Onde Portugal se Fez e Minho Road Trip são os quatro vídeos que vão homenagear o território minhoto numa viajam para além do continente europeu. Por isso, o ComUM esteve à conversa com o seu autor, Martin Dale. Além de ser profissional na área do Audiovisual, é professor de Licenciatura e Mestrado na área das Ciências da Comunicação na Universidade do Minho. Os vídeos estão nomeados para o Finisterra – Brazil Film Art & Tourism Festival, a decorrer de 20 a 24 de abril.

O festival internacional de cinema acontece em Cachoeira, Bahia. Dos quatro vídeos de Martin Dale selecionados, “três foram feitos há cerca de dois anos e um é recente e ainda nem foi lançado”. O realizador assume que “o que está melhor posicionado é o mais atual, Ecovia Cávado Homem.

André Soares é um dos vídeos em competição, elaborado para o Município de Braga. O filme, que coincidiu com as comemorações de 250 anos depois da morte e 300 depois do nascimento do arquiteto, “é uma espécie de minidocumentário” sobre a sua vida. Minho Road Trip foi realizado para o Ano Europeu do Património e “mostra o património do Minho na visão de um casal a viajar e a descobrir essa região de carro”, conta o realizador. Martin Dale afirma “que as pessoas não têm noção do tempo que pode vir a demorar realizar um vídeo”. O vídeo necessitou “em torno de 150 dias de filmagens” que posteriormente se tornam em 15 minutos de produto final.

Arcos de Valdevez – Onde Portugal se Fez é descrito pelo produtor como “um filme mais tradicional, mas com uma dinâmica visual apelativa”, onde são mostrados os pontos fortes da região. Ecovia Cávado Homem é o mais recente projeto do britânico no festival, que ainda nem foi lançado externamente. O vídeo foca-se na ecovia, ainda em construção, onde são “demonstradas as potencialidades dessa zona e a sua fauna e flora”.

O produtor explica que o seu foco é no Minho, pelo facto da sua empresa estar fixada na região, bem como a maior parte das entidades que o contratam. No entanto, também realiza trabalhos para outros territórios do país. Contudo, Martin Dale admite que tem uma ligação mais forte com o “lado celta” do norte do país e com sua “verdura”.

O percurso académico do britânico iniciou-se com uma Licenciatura em Filosofia, Política e Economia e expandiu-se aos Estados Unidos da América, onde fez um Mestrado em Comunicação. Posteriormente, razões pessoais e profissionais levaram o realizador a estabelecer-se em Portugal. Martin Dale começou por dar aulas de cinema num curso noturno, em Lisboa, mas acabou por ser convidado a trabalhar como assessor do presidente do Instituto do Cinema e do Audiovisual, onde realizou inúmeros estudos estratégicos sobre o setor. Para além disso, Martin Dale já trabalhou para alguns canais de televisão e, atualmente, é jornalista para a revista Variety. O produtor explica a diversidade de funções pelo facto da “indústria ser pequena” e permitir a multiplicidade de funções. Além disso, assume “gostar de desafios e de ter de responder muito rapidamente, quase espontaneamente, a uma tarefa”.

A ligação do realizador à Universidade do Minho surgiu quando se inscreveu para realizar o doutoramento. Assim, “um ano mais tarde, fui convidado para dar aulas”, explica. Relativamente à área do Audiovisual, afirma que “está em rápida evolução” e, dessa forma, enquanto professor não pode dar a matéria que aprendeu “há dez ou vinte anos atrás”. É nessa circunstância que os “alunos têm um papel importante, trazendo novas ideias”, conta. Além disso, Martin Dale refere a sua felicidade em observar os alunos a realizarem trabalhos profissionais e a ganharem prémios. “Gosto muito de ver esta dinâmica e tenho trabalhado com vários alunos”, conclui.

O professor afirma que “não poderia ter escolhido um sítio melhor, em termos de qualidade de vida e da simpatia das pessoas” e que Portugal “abre possibilidades”. No entanto, admite que sobretudo na sua área, “a indústria é mais pequena e fraca”, em comparação a outros países.