Depois de uma expectável, mas lépida evolução do número de ofertas associativas nas Universidades por todo o país, observou-se um crescente aumento do interesse dos estudantes na envolvência destas organizações e nas vantagens que estas proporcionam, quer seja extracurricular ou profissionalmente. O associativismo é um dos principais complementos ao processo curricular dos estudantes universitários, que procuram um meio para desenvolverem competências que acreditam ser valiosas para o seu futuro enquanto profissionais das mais diversas áreas.

As organizações associativas são caracterizadas pela liberdade e criatividade de criação das suas iniciativas, regra geral não reguladas, ou apenas minimamente por alguma entidade. Desta forma, cada uma tem a responsabilidade de se autorregular e garantir o seu próprio funcionamento e continuidade saudável da sua organização, tarefa que as massas associativas da Universidade do Minho têm realizado de forma exemplar, elevando a qualidade e visibilidade do associativismo a um novo nível.

Apesar disto, boa parte das associações da Universidade do Minho têm recentemente encarado o mesmo problema: a aderência do público-alvo (os estudantes) às suas atividades. É sempre uma tarefa difícil identificar com certeza a fonte de um problema tão ambíguo como a razão pela qual os jovens escolhem não se associar a este tipo de programas. No entanto, na minha opinião, é previsível que parte deste desinteresse ande de mãos dadas com a desinformação e a oferta excessiva de iniciativas.

Tal como tudo o que é geracional, até mesmo algo tão positivo como a criação de ofertas profissionais e pedagógicas por parte das organizações associativas, pode estar a atingir o seu pico de funcionalidade. O constante aumento das ofertas criadas pelas diferentes organizações começa a divergir fartamente a atenção dos estudantes, gerando confusão acompanhada pela falta de aderência.

Com o passar dos anos, fomos sendo cada vez mais incitados ao envolvimento em massas associativas e atividades extracurriculares, que nos fossem diferenciar dos demais no mercado de trabalho. A meu ver, a veracidade desta afirmação mantém-se e nunca foi tão importante os jovens procurarem a sua diferenciação e unicidade de competências e experiências no período da sua formação.

Porém, a oferta de experiências enriquecedoras e que promovem esta proatividade está a atingir o seu ponto de ineficiência. A saturação das ofertas, de pequena dimensão e de reduzido impacto, acaba por criar o efeito contrário daquele que seria o principal objetivo do associativismo. A divisão da comunidade estudantil pela quantidade imensa de atividades organizadas pelos diferentes Núcleos e Associações faz com que o impacto e notoriedade causado nos jovens e no mercado de trabalho esteja progressivamente a diminuir.

Este padrão é problemático e a sua simples solução parece continuamente ser ignorada pelos responsáveis do rumo das organizações. É necessária uma nova abordagem por parte das associações que redirecione o associativismo de volta para o crescimento interrupto da sua notoriedade entre os jovens. A agregação de iniciativas é o futuro do associativismo. As diferentes organizações deveriam unir forças e conjuntamente promover as diferentes ofertas profissionais e pedagógicas, diversificando os tópicos, criando mais oportunidades de networking e acima de tudo, aumentando a aderência por parte dos jovens nas suas iniciativas. Isto terá certamente um maior impacto naquilo que é a perceção das empresas do associativismo na Universidade do Minho.

Esta mudança é indubitavelmente vista na atualidade como um risco para algumas associações, que parecem recear perder o seu protagonismo. Apesar de isso ser uma perspetiva válida, considero que seja mais importante pensarmos no futuro. Não apenas de uma forma singular, mas com um objetivo comum e que contribua para o combate ao ceticismo e desinformação por parte dos jovens. Os métodos mais eficientes para tal são, na minha ótica, a canalização da informação e da oferta, de uma forma pensada e comedida e tentando contrariar a saturação dos jovens e das empresas.

Tal como é de conhecimento geral, nós somos o futuro e teremos sempre de lutar contra as adversidades provenientes dos ceticismos do mercado para com as competências dos jovens. No entanto, é incompreensível travarmos batalhas de duas frentes e continuamente vermos sabotado o movimento que é a alma e a voz dos jovens do nosso país.