Doutor Estranho no Multiverso da Loucura foi lançado a 5 de maio nos cinemas portugueses. Benedict Cumberbatch dá vida, novamente, a um dos heróis mais acarinhados pelos fãs da Marvel, Doutor Estranho. Num dos filmes mais esperados do ano do Universo da Marvel, Stephen Strange combate o lado sombrio de Wanda, de forma a preservar o multiverso.

A longa-metragem acompanha a aventura de America Chavez (Xochitl Gomez) e Dr. Stephen Strange na luta contra Wanda Maximoff. Perseguida por demónios que procuravam roubar o seu poder, America encontra Strange, que rapidamente se dispõe a ajudá-la. Com um poder nunca antes visto, sendo eles abrir portais multidimensionais, porém sem controlo algum sobre eles, America vê-se na obrigação de aceitar o auxílio oferecido.

Numa análise aos possíveis perseguidores da jovem, o Dr. Estranho identifica alguns traços de bruxaria e, por isso, recorre à única pessoa que o conseguiria elucidá-lo sobre a temática, Wanda. No entanto, a procura por ajuda para identificar possíveis perseguidores, leva-o exatamente à responsável, Maximoff. Dominada pelo poder do Darkhold, Wanda busca incessantemente pelos poderes de America, permitindo-lhe estar com os seus filhos noutro universo. A partir daqui Strange e Chavez atravessam portais multidimensionais e procuram uma solução para salvaguardar os seus poderes.

Em termos visuais, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura proporciona ao espectador um espetáculo fabuloso de cores e contrastes luminosos, tornando a transição entre universos e mundos percetível para o público e agradável de assistir. Para além das cores, é preciso realçar os efeitos visuais fantásticos na produção. Nas últimas produções da Marvel, por observação dos críticos, existem imensas falhas a nível de CGI, contudo em Doutor Estranho, as gralhas são quase inexistentes. Há movimentos suaves e reais nas personagens quando sujeitas a efeitos computadorizados, fazendo tudo parecer real, o que acaba por conferir empatia ao filme. Isto porque os poderes de Stephen são todos baseados nos movimentos de mãos e braços e qualquer tipo de defeito a este nível, retiraria credibilidade à longa-metragem.

Contudo, o que acontece no mais recente lançamento da Marvel Studios é simples: Wanda é o foco da história e não Stephen, como se esperaria, sendo um filme do herói. Durante os primeiros minutos da produção acompanhamos alguns dos traumas e inquietações interiores de Strange, no entanto, a atenção do espectador foge em todos os outros momentos para Wanda Maximoff. O que transparece nesta longa-metragem é a necessidade de Wanda em encontrar os seus filhos e não a resolução das falhas interiores de Strange, nomeadamente o seu relacionamento com Palmer.

Há ainda a questão do formato de obra cinematográfica que foi apresentado em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, que fugiu bastante à estrutura heroica da Disney. Nesta produção, apesar de se esperar algo mais sombrio e mais ligado a bruxaria por causa de Maximoff, o que se viu foi uma alteração completa do paradigma do herói da Disney. Como o filme se focou muito mais em Wanda, todo ele se tornou num espetáculo de terror e zombies. Embora fosse uma longa-metragem de horror para iniciantes, foi uma completa surpresa para todos os amantes de super-heróis e seguidores do Universo Marvel. O que podia ter sido um excelente contraste entre magia, heróis e feitiçaria, tornou-se num crossover entre As Arrepiantes Aventuras de Sabrina e The Walking Dead.

Assim, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura pode considerar-se um filme intermédio no meio de tantas obras fantásticas de super-heróis. Apesar das críticas, a longa-metragem tem-se mostrado um sucesso nas bilheteiras e tem levado fãs à loucura.