A Licenciatura em Design de Produto da Universidade do Minho é lecionada maioritariamente no Instituto de Design de Guimarães, situado no Campus de Couros. Para quem não estiver familiarizado, situa-se a 20 minutos a pé do Campus de Azurém. Situa-se, portanto, a 20 minutos de qualquer cantina ou bar facultado pela Universidade do Minho.

Embora começar este texto com um assunto já taxativo para os ouvidos de qualquer pessoa que decida descer estes 20 minutos, pergunto-me se será novidade para o resto da comunidade estudantil. “Os alunos de Design de Produto não têm onde comer”, o problema que advém desta falha nas infraestruturas é bem maior do que alunos por alimentar. A nossa experiência universitária torna-se completamente dissonante do que é expectável. Quando tínhamos aulas ocasionais na Escola de Arquitetura Arte e Design situada no Campus de Azurém era como se entrássemos noutra comunidade académica.

O ambiente de trabalho é envolvente e inspirador, vê-se uma interação próxima entre a universidade-escola, escola-curso, os alunos não têm só acesso à cantina, mas acesso a informação, coisas simples: um cartaz sobre uma aula aberta, sobre um workshop. Os alunos têm a oportunidade de ir a esses eventos porque simplesmente saem da aula, comem uma refeição a um preço acessível, e voltam a aproveitar o que a universidade lhes tem a oferecer. Em comparação, o Instituto de Design de Guimarães (IDEGUI) torna-se um impasse na vida dos seus estudantes. Sempre que temos aulas não nos é garantido onde comer, onde estacionar, um assento com costas, uma sala quente, um autocarro de regresso a casa.

A questão dos autocarros também é outro problema enfrentado pelos estudantes do curso. Apesar de ter sido implementado no ano passado um autocarro que passe em Couros, com dois horários por dia, muitas vezes, não passa por estar demasiado cheio: a primeira paragem é sempre Azurém. Os alunos chegam mais tarde, porque o autocarro para em Azurém de manhã. E saem mais cedo, porque têm de assegurar que conseguem um lugar no autocarro em Azurém. As opções começam a ficar escassas para os alunos deslocados quando um lugar de estacionamento ao lado do instituto também não é assegurado.

O intuito deste texto não é só sobre reivindicação dos direitos dos nossos estudantes, não é só sobre o tratamento desproporcional de alunos que pagam exatamente as mesmas propinas. O problema é de cariz pedagógico, de integração. Na verdade, só queremos sentir que estamos na universidade.