A Universidade do Minho, a Universidade da Beira Interior e o Instituto Universitário de Lisboa já pediram uma audiência com a ministra do Ensino Superior, Elvira Fortunato, visando alcançar uma verba para as necessidades imediatas.
A criação do novo modelo de financiamento do Ensino Superior foi adiado para 2024. O anúncio foi dado na última segunda-feira, dia 27 de junho, pelo reitor da Universidade do Minho (UMinho), Rui Vieira de Castro, durante a reunião do Conselho Geral. Assim, os investigadores e alunos da academia ainda não vão conseguir avançar com alguns projetos de investigação.
Na reunião, os investigadores demonstraram o seu descontentamento. Sendo que, cada vez mais, as equipas de investigação recorrem a outras universidades, onde possam ter acesso a mais recursos. Segundo as conselheiras Cláudia Pascoal e Ana Rodrigues, a situação financeira tornou-se inviável, levando a impossibilidade de concretizar os “projetos de investigação que são os pilares da UMinho”.
“Existem encomendas que não saem desde o início do ano”, declara Ana Rodrigues. A conselheira defende assim a necessidade de haver uma abordagem mais drástica e medidas que combatam, a curto prazo, o subfinanciamento crónico. Por outro lado, não são apenas os investigadores os afetados pelas dificuldades orçamentais. Também os estudantes não conseguem cumprir com “os prazos de entrega das suas teses e dissertações”. Tornando-se muitas vezes necessário o seu adiamento. “O que não acontecia se os termos prometidos fossem cumpridos”, salienta Cláudia Pascoal.
De modo a combater a situação, o reitor da UMinho comunicou à RUM a possibilidade de alienação de património ou contração de um empréstimo bancário. Em cima da mesa, está também a hipótese de uma redução ou estagnação do número de vagas abertas na instituição. Estas decisões vão ser abordadas com maior profundidade na próxima reunião do Conselho Geral, a realizar-se a 22 de julho.
Por outro lado, a academia minhota está também focada na preparação do orçamento para o próximo ano. Em 2021, a academia contou com um orçamento de 165 milhões de euros. Um valor que se advinha inferior em 2022, existindo a possibilidade de se aplicar um modelo transitório de financiamento.