Iniciativa estudantil visa a consciencialização para assuntos LGBTQIA+.
O mês de junho é dedicado à defesa dos direitos LGBTQIA+, promovendo a consciencialização e promoção do assunto junto da comunidade. Com este propósito, o ComUM foi conhecer o Clube Rainbow e esteve à conversa com dois membros do grupo – Sara Marques, estudante de Engenharia Informática, e Victória Martins, estudante de Direito.
O Clube Rainbow é uma iniciativa que parte dos alunos e ex-alunos da Universidade do Minho (UMinho). Nasceu ainda em tempos de pandemia, mas as ideias só foram implementadas no início do ano letivo 2021/2022. Este foi o primeiro ano em que o clube teve oportunidade de promover eventos.
O clube surgiu de um interesse comum de criar um espaço de convívio, ao mesmo tempo que se divulga informação e consciencialização sobre assuntos LGBTQIA+. “Temos muita gente que, depois de terem entrado na universidade, fizeram bastantes amigos na comunidade porque antes não conheciam ninguém LGBT”, diz Victória Martins.
Para além da realização de eventos, o grupo organiza também diversas atividades para promover a interação e fazer amizades entre os membros. “O nosso objetivo é conhecermo-nos, educar sobre assuntos LGBT e divertirmo-nos”, explica a estudante de Direito.
Todos os eventos realizados têm entrada livre e qualquer pessoa pode marcar presença. No entanto, é restrito para alunos e ex-alunos da UMinho, uma vez que a ideia da comunidade é centrar-se no seio da comunidade académica.
Sara Marques refere que, muitas vezes, o assusto é desvalorizado no resto do ano. “Quando se aproxima o mês de junho é quando muitas vezes se lembram de nós e querem fazer parceria, mas durante o ano nós não sentimos isso”, declara. Victória Martins notou também que houve um crescimento significativo de mensagens e interação, o que não se verifica durante os restantes meses.
O Clube Rainbow dedica-se maioritariamente à promoção de eventos casuais, como palestras e encontros. Porém, o grupo teve possibilidade de alargar os eventos para além do campo académico através da parceria com a disque.pt. “Inicialmente queríamos-nos focar apenas na universidade, mas como nos foi dada a oportunidade de expandir os nossos eventos, fizemos uma mistura de eventos na universidade e na cidade de Braga” explica Victória Martins.
Apesar de se tratar de uma iniciativa estudantil, também os docentes têm um papel fundamental na divulgação e promoção dos direitos LGBTQIA+. “É preciso humanizar as pessoas LGBT” afirma Vitória. “Situações em que os docentes possam ajudar a educar e promover eventos ou sensibilizem para a comunidade são sempre bastante importantes”, diz a jovem.
Há uns anos, Sara Marques recorda que existiu “um grupo de pessoas que queria um grupo LGBT na universidade e foi-lhes dito que não havia necessidade. Agora estamos aqui e nunca ninguém nos disse que não havia necessidade para tal”. Com isto, ambos os elementos acreditam que “houve uma certa mudança de mentalidade ao longo dos anos”. “Aos poucos começa-se a educar mais e as mentalidades mudam”, defende a estudante.
O grupo pode ser encontrado através das plataformas digitais, pelo Instagram e pelo discord.