Vai se realizar esta quinta-feira, dia 9 de junho, pelas 19h, a primeira assembleia do movimento.
Um grupo de alunos da Universidade do Minho (UMinho) juntou-se a outras universidades portuguesas para criar um movimento estudantil. De forma a lutar pelas reivindicações dos estudantes, o grupo é constituído por vários membros de coletivos de diferentes universidades a nível nacional.
Para ficar a saber mais sobre a iniciativa, o ComUM esteve à conversa com Diogo Oliveira, aluno da UMinho e membro do Coletivo Estudantil Feminista da Universidade do Minho (CEFUM), Carolina Fernandes, estudante do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) e integrante do Movimento contra o Assédio nas Universidades de Lisboa e com Rodrigo Nogueira, aluno na Universidade de Coimbra e membro da Brigada Fernanda Mateus.
A ideia da criação de uma Ação Coordenada Estudantil (ACE) derivou de vários acontecimentos que geraram a revolta dos estudantes do ensino superior. Segundo Rodrigo Nogueira, “foram focos que estavam a acontecer em várias cidades, em diferentes espaços temporais”, mas todas com aspetos em comum: a não atenção nas necessidades dos estudantes. Assim, “o assédio e a falta de resposta das instituições e das associações de estudantes” são os pontos que movem este grupo de universitários.
“Como estudantes nada nos representa. Queremos algo que o faça”, afirma Diogo Oliveira. “Como podemos ter pessoas a estudar e a serem alvo de assédio?”, questiona Rodrigo Nogueira. “Mais do que querermos nos defender, queremos fazê-lo em conjunto”, continua. Desta forma, a atuação do grupo passa pela mobilização dos estudantes. Para que se tornem em elementos ativos na sociedade, que questionem e que sejam críticos.
“Sejam realistas, demandem o impossível”
Para o estudante da academia minhota, “é muito importante que os alunos participem nas ações institucionais, nas eleições académicas e nas reuniões gerais. Que façam escrutínio e denunciem”. No entanto, Carolina Fernandes entende que “muitos estudantes não participam, pois sentem que a sua opinião não tem peso”. Rodrigo Nogueira dá o exemplo de Coimbra, onde sente haver “um debate com a participação dominada pelas associações académicas, que se esconde atrás dos estatutos e que apela ao voto cego”. “É preciso trazer os alunos de volta”, declara.
Sendo um movimento aberto a toda a gente, esta quinta-feira, dia 9 de junho, vai se realizar a primeira assembleia da ACE. Que vai ter como propósito a discussão das linhas gerais do movimento e a construção do manifesto. Segundo Diogo Oliveira, o que se pode esperar do encontro é “um conjunto de vários coletivos estudantis e de estudantes individuais a chegar a um tipo de acordo de como seria a criação de um movimento nacional”. Com a atualização dos últimos acontecimentos em cada universidade e o modo de atuação para o futuro.
“Pode ser difícil ou simples. Podemos ser muito pessimistas ou otimistas”, declara o estudante minhoto. De acordo com a aluna do ISCTE, “há certas regiões onde ainda não se conseguiu chegar”. Mas o grupo assegura que vai trabalhar para que tal aconteça. De forma a que “os estudantes se tornem mais unidos, com direções claras e com um conjunto de reivindicações”, completa Diogo Oliveira. “Esta é uma tentativa, se correr mal vamos tentar outra vez até conseguirmos”, conclui.