Gabriella Sarmiento Wilson, de nome artístico H.E.R., comemora 25 anos esta segunda-feira, dia 27 de junho. Aclamada como uma das melhores artistas R&B dos últimos anos, a sua discografia testemunha um perfil melódico, genuíno e talentoso. H.E.R. é cantora, compositora, multi-instrumentalista e produtora. No meio disto tudo, singles como “Could’ve Been”, “Slide” e “Focus” reforçam ainda mais o seu prestígio.

A infância da artista norte-americana iniciou-se com os ritmos e balançares da música. Depressa aprendeu a manusear e fazer magia com instrumentos musicais, ao crescer próxima da banda de covers do pai. Mostrava ser ágil no piano, guitarra, bateria, baixo e já compunha poemas e versos. Não passava despercebida a arte e a emoção pura do canto da vocalista.

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Com dez anos, marcou a performance de estreia no programa de televisão The Today Show. Já cantava (e encantava) com uma interpretação arrepiante de “If I Ain’t Got You” (2003) de Alicia Keys. Confiante e serena no potencial do seu canto, recebeu vários convites para participar na televisão e até no teatro. A partir daí, começou o caminho para o estrelato.

Em direção aos holofotes, a cantora assinou o primeiro contrato com uma gravadora aos 14 anos. Com influências sólidas de Bryson Tiller, Drake, The Weeknd e Jhené Aiko, largou a estrela infantil e definiu-se como H.E.R. – um acrónimo para “Having Everything Revealed”. Encontrou um nome e um lugar na indústria.

O primeiro EP, H.E.R. Vol 1 (2016), já revelava as harmonias cruas e maduras da vocalista, mas fez tudo de forma muito discreta. A capa do projeto apenas desvendava a silhueta. Até em entrevistas e atuações, mantinha uma presença misteriosa.

Este secretismo transcendeu e surgiu uma curiosidade maior. Afinal quem carregava este dom? Sempre com óculos de sol, os caracóis dos cabelos cobriam parte da sua face misteriosa, mesmo em espaços de luz ténue. Tudo com o intuito de as pessoas se apaixonarem pela sua voz. Apenas isso. Queria que se concentrassem e relacionassem com a honestidade e poder das mensagens nas suas músicas.

A artista enigmática até foi aplaudida por Alicia Keys, Rihanna e Janet Jackson. Desde a estreia, já conta com múltiplos prémios e, até ao momento, soma 25 certificações de platina e ouro. Aliás, a compilação final H.E.R. (2017) e o hit single multiplatinado “Best Part” (2017), com Daniel Caeser, destacaram a vocalista no universo musical com os seus dois primeiros Grammys.

Além de performer, H.E.R. é ativa na luta pela igualdade, justiça social e racial no contexto do movimento Black Lives Matter. O profundo e franco “I Can’t Breathe” (2020) protagonizou muitos protestos e a cerimónia Grammys Awards premiou este tema como Música do Ano e o respetivo vídeo ganhou ainda dois prémios de Vídeo para o Bem dos MTV EMAS e MTV VMAS no mesmo ano de lançamento.

Antecedido de outras compilações, o recente álbum de estúdio, Back Of My Mind (2021), dá provas de um crescimento e gosto apurados. Este disco consolida a sua intensidade acústica e sonoridades complexas a par dos lirismos íntimos e vulneráveis tão característicos de H.E.R. São faixas firmes, temperamentais e comoventes que devaneiam na imperturbável evolução da cantora.

H.E.R. é uma verdadeira alma de soul e blues misturada com arranjos trap e acordes únicos. Com contínuos elogios, a excelência da vocalista vai colecionar mais anos em palco. É desconhecida a natureza das próximas produções, mas há a garantia que a vocalista vai continuar a reunir mais premiações e merecido reconhecimento. Acima de tudo, H.E.R. vai celebrar a cada canção o melhor do seu talento.